O dólar fechou em queda nesta terça-feira (18), pelo terceiro pregão consecutivo, e de volta ao patamar de R$ 3,15, seguindo o enfraquecimento da moeda norte-americana no exterior após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sofrer nova derrota no Congresso e em meio ao ambiente político doméstico mais calmo.
O dólar recuou 0,82%, a R$ 3,1554 na venda, depois de ter ido a R$ 3,1534 na mínima do dia. Em três pregões, acumulou perdas de 1,65%.
"A nova banda (informal do dólar) entre R$ 3,15 e R$ 3,20 deve-se graças ao movimento externo positivo", afirmou a corretora Lerosa Investimentos em relatório. "O clima interno de instabilidade deve impossibilitar o rompimento do patamar para baixo deste nível no curto prazo", acrescentou.
O dólar norte-americano aprofundou a queda para a mínima de 10 meses ante uma cesta de moedas nesta sessão, influenciado pelo último fracasso de Trump para entregar nova reforma no setor de saúde diante do mercado profundamente preocupado com o ritmo do crescimento da maior economia do mundo.
O dólar caía cerca de 0,5% ante uma cesta de moedas e também perdia terreno sobre divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
Juros nos EUA
Neste cenário, também ajudou a percepção de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode não elevar os juros além do esperado, o que aumentaria o potencial para atrair recursos aplicados hoje em outros mercados, como o brasileiro.
Segundo pesquisa Reuters, o Fed deve anunciar planos de reduzir seu balanço patrimonial em setembro e ainda esperar o último trimestre para anunciar aumento de taxas de juros novamente.
No Brasil
Apesar da calmaria, e que mantinha o dólar numa sequência firme de baixa ante o real, analistas ressaltavam que a cena política brasileira pode mudar esse rumo.
"O dólar está experimentando melhora momentânea baseada na trégua política, que pode segurá-lo mais baixo nas próximas semanas", afirmou o chefe da mesa de derivativos da corretora Mirae, Olavo Souza.
Internamente, os investidores também têm se beneficiado de um clima mais ameno na cena política, em meio ao recesso parlamentar iniciado nesta terça-feira e também após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ter afirmado lealdade ao presidente Michel Temer.
O presidente foi denunciado por crime de corrupção passiva e outras duas denúncias podem ser feitas pela Procuradoria-Geral da República, colocando em risco o seu mandato.
Mesmo assim, o mercado tem precificado que, ainda que Temer perca seu mandato, a atual equipe econômica seguirá e conseguirá dar andamento à reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem.
O Banco Central brasileiro vendeu neste pregão integralmente a oferta de até 8,3 mil swaps cambiais tradicionais - equivalentes à venda futura de dólares - para rolagem dos contratos que vencem em agosto. Com isso, já rolou US$ 2,905 bilhões do total de US$ 6,181 bilhões que vence no mês que vem.
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