Economia

Hong Kong retira do mercado a carne importada do Brasil

Hong Kong anunciou nesta sexta-feira (24) que retirará do mercado a carne brasileira supostamente adulterada e procedente dos 21 estabelecimentos investigados na operação Carne Fraca.

Um dos maiores mercados para a carne brasileira, Hong Kong já havia proibido no início da semana as importações de carne do Brasil, assim como a China continental.

As autoridades afirmam que as exportações caíram de US$ 63 milhões diários a apenas US$ 74.000. O secretário de Saúde de Hong Kong, Ko Wing-man, anunciou a "retirada completa" de toda a "carne fresca, congelada e de ave" importada das fábricas no centro da crise.

"Não pudemos eliminar completamente os perigos ocultos em termos de segurança alimentar", disse Ko aos repórteres para explicar sua decisão.

Ko ressaltou que seis das fábricas afetadas no Brasil exportaram carne a Hong Kong e disse esperar que a ação devolva a confiança aos consumidores em relação à carne brasileira não proveniente das fábricas envolvidas no escândalo.

Maior importador

Hong Kong é o maior importador de carne bovina do Brasil, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) e Departamento de Estatística e Apoio à Exportação (DEAEX). No ano passado, foram US$ 720 milhões, superando a China que comprou US$ 702 milhões.

Considerando todos os tipo de carnes, Hong Kong importou US$ 1,5 bilhão do Brasil em 2016. A ilha é também o 5ª maior comprador de carne de frango do Brasil, com R$ 357 milhões em compras no ano passado.

Importações de carnes do Brasil em 2016 dos países que anunciaram restrições:

  • UE US$ 1,75 bilhão

  • China US$ 1,75 bilhão

  • Hong Kong US$ 1,5 bilhão

  • Chile US$ 441 milhões

  • Suíça US$ 49,1 milhões

  • Coreia do Sul (voltou atrás) US$ 170 milhões

Juntos, os países que anunciaram restrições à carne brasileira responderam por mais de 30% das exportações brasileiras de carne em 2016.

Carne fraca

A Operação Carne Fraca foi deflagrada na última sexta-feira (17), com mais de 1 mil policiais envolvidos para cumprir 309 mandados, depois de 2 anos de investigações. No total, são 21 empresas são suspeitas de fraudes.

A ação envolve grandes como a BRF Brasil, que controla marcas como Sadia e Perdigão, e também a JBS, que detém Friboi, Seara, Swift, entre outras marcas, mas também frigoríficos menores, como Mastercarnes e Peccin, do Paraná. As empresas negam irregularidades.

Comentários