agência Brasil
Muitos sul-africanos acordaram cedo para ir ao Union Buildings, o Palácio do Governo da África do Sul, visitar o caixão com o corpo de Nelson Mandela, que morreu na quinta-feira (5). Desde o inicio da manhã, centenas de pessoas cantavam e dançavam próximo ao local, onde o corpo do ex-presidente ficará exposto à visitação ao público até sexta-feira (13), das 8h às 17h30, no horário local, para o último adeus antes de ser enterrado em Qunu – vila onde nasceu.
Nos três dias, o corpo do ícone sul-africano será transportado em comboio pelas ruas de Pretória no trajeto do Hospital Militar, onde esteve até agora, até o palácio. Hoje, várias ruas da capital foram fechadas para a passagem do cortejo fúnebre, entre as 7h e as 8h. A polícia e as Forças Armadas formaram um cordão de isolamento pelo percurso para evitar que a população chegasse muito perto.
Mcdonald Maghilane disse que acordou às 2h e enfrentou três horas de viagem até Pretória. Ele diz que o momento marcará a história da África do Sul e quer se despedir de perto de seu líder. "Mandela ensinou nosso povo a viver em paz e harmonia. Antes dele, vivíamos em guerra e éramos tratados como escravos. Não queria perder a oportunidade de dizer obrigado."
A funcionária pública Faith Mashikinya também acordou cedo, às 5h, para trazer os dois filhos ao velório. Ela disse que, como mulher, tem ainda mais a agradecer. "O apartheid, além de segregar raças, considerava que o lugar das mulheres era na cozinha e não podíamos trabalhar no serviço público. Mandela nos libertou."
Apesar de terem chegado cedo, excepcionalmente hoje o horário de exposição do corpo ao público é a partir das 12h. Antes, parentes, autoridades e personalidades passam pelo caixão de Mandela. Para evitar tumulto, a polícia incentiva população a usar o transporte disponibilizado em locais definidos para levá-los em ônibus ao Union Buildings. Durante a visita, celulares devem estar desligados e câmeras estão proibidas. O velório também está sendo transmitido ao vivo pela televisão em alguns telões pelo país.
Comentários