O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (8) que após os ataques contra bases americanas, o Irã parece estar recuando. Em discurso na Casa Branca, Trump também disse que vai impor novas sanções econômicas ao país do Oriente Médio e que, enquanto estiver no poder, o Irã nunca poderá ter arma nuclear.
Veja o resumo do que Trump falou.
- Nenhum americano ou iraquiano morreu durante os ataques de terça-feira (7) e os danos foram "mínimos";
- As forças dos EUA estão "preparadas para tudo";
- Ele vai impor novas sanções econômicas que vão continuar "até que o Irã mude seu comportamento";
- Os países que ainda estão no acordo nuclear (Alemanha, China, Reino Unido, Rússia e França) devem abandoná-lo;
- O Irã é o principal patrocinador de terrorismo no mundo, e a busca por armas nucleares ameaça o mundo civilizado;
- Enquanto estiver no poder, nunca deixará o Irã possuir armas nucleares;
- Qassem Soleimani, que os EUA mataram na semana passada, era responsável pelas piores atrocidades cometidas pelo regime iraniano e estava planejando novos ataques quando foi assassinado –"ele [Soleimani] deveria ter sido eliminado há muito tempo";
- Vai pedir que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) tenha um papel mais ativo no Oriente Médio;
- Que os EUA aumentaram a sua produção de óleo e gás, que o país é o maior do mundo nesse campo e que não depende mais tanto do Oriente Médio para esses recursos;
- Os americanos e os iranianos têm um inimigo em comum, o Estado Islâmico, e os dois deveriam trabalhar em conjunto nessa e em outras prioridades
Ataque iraniano
Duas bases no Iraque que abrigam forças americanas e iraquianas foram atingidas por 22 mísseis iranianos na noite de terça (7) - madrugada de quarta (8) no horário local. Ambas são consideradas estratégicas para a operação militar dos EUA na região e para o combate ao grupo Estado Islâmico.
A principal, Al-Asad, fica em uma região sunita (o Irã é um país xiita). Foram lançados 17 mísseis contra esta base — dois deles não atingiram o alvo, mas não chegaram a explodir. A outra, atingida com 5 mísseis, fica em território curdo.
"Eu estou feliz por informar que o povo americano deve estar grato e feliz. Nenhum americano foi atingido, não sofremos perdas, nossos soldados estão seguros e só danos mínimos aconteceram nas nossas bases", disse Trump durante o pronunciamento.
Na noite de terça-feira (7), logo após os ataques, Trump afirmou, pelo Twitter, que estava "tudo bem". O mandatário esperou uma avaliação sobre os danos causados pelo ataque para fazer o discurso oficial na Casa Branca.
“Mísseis foram lançados do Irã em duas bases militares localizadas no Iraque. A avaliação das perdas e danos acontecem agora. Até o momento, está tudo bem! Nós temos [a força] militar mais poderosa e bem equipada em qualquer lugar do mundo, de longe!”, escreveu Trump no Twitter.
Vingança
Os alvos foram bombardeadas pelo Irã para vingar a morte do general Qassem Soleimani, morto em um ataque aéreo americano na semana passada, em Bagdá, capital do Iraque. A ação iraniana cumpre a promessa de retaliação ao assassinato do comandante que culminou em uma escalada de tensão no Oriente Médio.
A base de Al-Asad é a de maior importância estratégica para os EUA na região e fica no Oeste do Iraque, na província de Anbar. Al-Asad está a cerca de 200 quilômetros de Bagdá e começou a ser usada pelas forças americanas depois da invasão do Iraque pelos EUA, em 2003, que derrubou Saddam Hussein.
As tropas americanas chegaram a deixar a região gradativamente até 2011, mas voltaram a pedido do Iraque.
Os soldados dos EUA também se fixaram na base de Al-Asad durante o combate contra o Estado Islâmico, a partir de 2017. Pelo menos 500 soldados e civis americanos já passaram pelo local neste período. Algumas tropas foram deslocadas no ano passado, mas muitos soldados continuaram na base.
Foi de Al-Asad que saiu a operação que culminou na morte do terrorista Abu Bakr-al-Baghdadi, chefe do Estado Islâmico, em outubro de 2019.
Durante o feriado de Ação de Graças, no ano passado, a base recebeu a visita do vice-presidente dos EUA Mike Pence.
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