Numa crise política sem solução à vista, a disputa entre o governo de Nicolás Maduro eJuan Guaidó , autoproclamado presidente interino com apoio da Assembleia Nacional (AN), se acentua, e a violência aumenta. Sobretudo, segundo denunciou neste domingo a ONG Foro Penal, nas regiões mais pobres, onde crescem, diariamente, os protestos contra o chavismo.
Após participar de uma missa no município de Chacao, na zona metropolitana de Caracas, Guaidó pediu aos policiais e membros da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) que “não reprimam o povo”.
O Observatório Venezuelano de Conflitos Sociais indica que em menos de uma semana foram assassinadas 29 pessoas (alguns falam em mais de 30) e, segundo a Foro Penal, foram registradas ao menos 500 detenções, entre elas as de muitos menores.
— Soldado venezuelano, estou falando para você, este é o momento. Não reprima o povo — declarou o presidente da AN, reconhecido como presidente interino por 18 países, incluindo Brasil e, desde este domingo, Israel.
A Foro Penal também denunciou torturas de presos políticos pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin). Para esta semana, estão previstas novas marchas em Caracas para quarta-feira e sábado, convocadas pelo presidente da AN.
Guaidó mostrou-se preocupado com a repressão e anunciou que convocará uma reunião de urgência com ONGs e defensores dos direitos humanos. O presidente do Parlamento também pediu à Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, que “acelere sua visita ao país”.
“Vamos listar os nomes dos responsáveis da Força de Ações Especiais (Faes), promotores e juízes que estejam envolvidos nos massacres que começaram a partir do dia 22 de janeiro, e solicitar sanções imediatas à Justiça e à comunidade internacional”, escreveu Guaidó em uma rede social.
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