Policial

'Tarado gemedor' troca de carro e ataca de novo no centro de Campo Grande

Mais um caso de abuso sexual foi registrado em plena região central de Campo Grande. Ao sair do trabalho nesta quarta-feira (22), uma mulher de 30 anos foi perseguida por um homem que estava de carro e a chamava de dentro do veículo, mostrando os órgãos íntimos para ela.

Ela contou à polícia que, por volta das 17h15, caminhava em direção ao ponto de ônibus quando o 'tarado gemedor', que aparentava ter 45 anos, parou um Volkswagen Voyage, de cor prata, e passou a chamá-la. Ela atravessou a rua e se afastou, mas ele deu a volta na quadra e parou ao lado dela novamente.

Neste momento, ele já estava sem camisa e com os genitais à mostra, passou a assediá-la com palavras de baixo calão. "Vem cá, pega aqui", teria dito o homem simulando gemidos.

Na delegacia, a vítima disse que fatos semelhantes já teriam acontecido, mas que o autor sempre usava carros diferentes. Segundo ela, o homem é ‘gordinho’, branco e calvo.

Comportamento criminoso grave

Qualquer tipo de abordagem considerada ofensiva por quem a recebe pode virar caso de polícia. Desde assovios, comentários de sentido sexual, olhares e até mesmo contato indesejado, são uma forma de assédio sexual praticada pelos homens contra mulheres em espaços públicos e podem ser punidos na justiça. Mesmo assim, as situações são comuns para as mulheres, que viram alvo independente de idade, raça, religião, classe social e principalmente da forma como se vestem ou comportam. Ao caminhar na rua, andar no transporte público, ou mesmo em ambientes de trabalho, 99,6% das mulheres já foram assediadas, segundo estudo do projeto Think Olga com 7.762 brasileiras.

Cerca de 98% delas relatou que a cantada ocorreu na rua, e 64%, no transporte público. Para 83%, a situação é desagradável.

Não é elogio, é crime!

Geralmente, os assediadores tentam justificar o comportamento dizendo que são uma forma de elogio. Não são.

Segundo a pesquisadora Tânia Fontenele, do Instituto de Pesquisa Aplicada da Mulher (Ipam), disse ao Portal Brasil, essa noção é uma mentira. "Não podemos achar que isso é natural ou que esse tipo de comportamento seja elogioso, pois é absolutamente vazio. O que acontece é uma perpetuação de preconceitos machistas, o indivíduo se sente no direito de fazer o que quiser", explica.

​"Isso é uma abordagem desrespeitosa. Na nossa cultura, já está tão naturalizada que as pessoas fazem como se não fosse nada. Não importa a roupa que você esteja vestida, essa postura é absolutamente detestável e não podemos admiti-la", ponderou a especialista.

Caso de polícia, sempre

Essas investidas indesejadas são tipificadas como crime pela Constituição. Em geral, enquadram-se como importunação ofensiva ao pudor. Esses casos se referem ao assédio verbal, ou seja, cantadas e ameaças, e os autores são multados em casos de condenação.

As mulheres podem recorrer às delegacias para registrar o boletim de ocorrência contra os agressores. A Defensoria Pública orienta que as vítimas procurem os policiais militares imediatamente. Para que os agentes consigam identificar os autores do assédio, é importante descrever as características físicas e as roupas usadas por ele. O Disque 180 também recebe denúncias de assédio. (Com informações do Portal Brasil)

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