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Carga recorde de maconha estava sob R$ 4,5 milhões em milho

Carga de milho usada para camuflar fardos de maconha pode valer R$ 4,5 milhões - Crédito: Hedio Fazan/Dourados News/Arquivo Carga de milho usada para camuflar fardos de maconha pode valer R$ 4,5 milhões - Crédito: Hedio Fazan/Dourados News/Arquivo

A apreensão recorde de maconha feita pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) na segunda-feira (8) em Rio Brilhante, onde uma carreta foi flagrada com 29,2 toneladas da droga sob carga de milho na BR-267, mostra o oportunismo do crime organizado para aproveitar fluxo frequente de veículos com carregamentos lícitos e milionários do agronegócio sul-mato-grossense. 

Durante a abordagem, o motorista da carreta bitrem com placas de Campo Grande, um homem de 40 anos morador em Guarujá, litoral de São Paulo, apresentou a nota fiscal emitida no dia 3 de fevereiro, regular, para o transporte do cereal de Maracaju a Itapetininga, município paulista. 

Ao Dourados News, o inspetor Waldir Brasil, chefe da delegacia de Dourados da PRF, revelou que documento indicava 33 toneladas de milho na carroceria.

A origem da carga era justamente o município de Mato Grosso do Sul que mais produz o cereal, responsável por 1.649.131,31 toneladas na segunda safra 2019/2020.

Estimativa é de que milho usado para camuflar droga tenha pesado 4 toneladas (Foto: Hedio Fazan/Dourados News)

O policial rodoviário federal explica que os traficantes se aproveitam de carregamentos lícitos do agronegócio para camuflar suas remessas de entorpecentes.

“Carrega o milho normal, a transportadora não tem envolvimento, mas depois da carga lícita carregada vão para alguma propriedade com silo, onde descarregam, colocam a maconha e depois recoloca a carga de milho para cobrir a droga”, detalha. No caso dessa apreensão recorde de maconha, as 29 toneladas foram avaliadas em R$ 35 milhões, segundo o inspetor Brasil. 

Considerando o peso total da carga da carreta declarada na nota fiscal, de 33 toneladas, a estimativa é que havia outras 4 toneladas de milho. Com a saca de 60 quilos do cereal cotada entre R$ 68,80 e R$ 72,00 no dia de emissão da nota, eram aproximadamente R$ 4,5 milhões de um carregamento lícito utilizado para camuflar a prática criminosa. 

Segundo o chefe da delegacia de Dourados da PRF, como foi necessário descarregar o milho para retirada dos fardos de maconha, a carga lícita pode ser devolvida aos proprietários.

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