Após a assinatura de um pedido de delação premiada na manhã desta terça-feira (28), a defesa de Fabiano Viana Otero espera que a Justiça se manifeste ainda nesta semana se aceita ou não o pedido. Segundo advogado Hamilton Ferreira de Almeida caso o pedido seja aceito, passa a ser sigiloso.
“Se ele [o juiz] não concordar, não tem delação, não tem fatos novos. Se ele [o juiz] concordar, terão fatos novos, o delegado vai investigar e se torna tudo sigiloso inclusive. O próprio acordo de delação premiada na lei prevê sigilo total e portanto, não dá para falar dos fatos novos”, afirmou o advogado.
Segundo o advogado, os termos do acordo vão ficar a cargo do promotor Celso Antônio Botelho de Carvalho, da 68ª Promotoria de Justiça de Campo Grande. O pedido é encaminhado para o juiz Marcelo Ivo de Oliveira da 7ª Vara Criminal de Competência Especial. O magistrado terá que fazer uma oitiva com Fabiano para ter acesso ao conteúdo da delação premiada e só depois dará o parecer se ela é válida ou não.
O conteúdo da delação trata que aproximadamente dez pessoas também estariam envolvidas no escândalo sexual. Conforme o advogado, a maioria das pessoas seriam vítimas de Fabiano, com relação ao site que ele estabelecia contato com os possíveis ‘clientes’ das adolescentes que foram vítimas de exploração sexual.
Depoimento
Fabiano foi preso no último domingo (26) e prestou depoimento sobre o escândalo sexual envolvendo políticos e adolescentes na segunda-feira (27). Os outros dois envolvidos, o ex-vereador Robson Martins e o empresário Luciano Pageu, estão presos desde o dia 16 de abril, quando foram flagrados extorquindo R$ 15 mil do Alceu Bueno, vereador que renunciou ao mandato.
Segundo o delegado Paulo Sérgio Lauretto, da Depca (Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente), no depoimento da segunda, Fabiano não trouxe novidades ao caso, referente ao envolvimento de outros políticos no caso e, também, sobre uma terceira garota supostamente aliciada para programas sexuais.
Conforme o delegado, os conteúdos de vídeo aos quais a polícia teve acesso, até o momento, envolvem apenas os já citados.
Fabiano seria o mentor com Luciano, de esquema que consistia em promover programas sexuais entre as adolescentes e figuras públicas, registrar tudo por câmeras escondidas e, depois, usar o material para extorquir os envolvidos. Somente Alceu admitiu à polícia ter pago R$ 100 mil antes do flagrante dos outros R$ 15 mil.
No depoimento desta segunda, Fabiano disse desconhecer o pagamento dos R$ 100 mil. O combinado com Luciano, segundo ele, era extorquir R$ 50 mil do vereador, valor que seria rateado entre a dupla e Robson – cada um ficaria com R$ 23,5 mil e o terceiro receberia R$ 3 mil por ter entrado “por último no negócio”.
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