Condenado a oito anos de prisão por Lavagem de dinheiro, Elton Leonel Rumich da Silva, o Galã, traficante internacional que atuava em benefício do PCC (Primeiro Comando da Capital), pagou cinco laranjas com R$ 197 mil em 16 transações diferentes. O valor foi repassado em um único dia, com apoio de um doleiro, responsável por intermediar as transferências.
De acordo com o MPF (Ministério Público Federal), a denúncia que resultou na condenação se baseou em provas obtidas após perícia realizada nos aparelhos celulares apreendidos quando o réu foi preso, em fevereiro de 2018, em Ipanema (RJ), e posterior quebra de sigilo bancário.
A partir das imagens e mensagens trocadas por meio dos aparelhos apreendidos com Galã, foi possível verificar a ocorrência de transações bancárias, mediadas por doleiro, que comprovam a prática dos crimes de Lavagem de dinheiro proveniente de inúmeros crimes, especialmente o tráfico internacional de drogas. Assim que recebia os depósitos, Galã os repassava ao doleiro que providenciava a conversão dos valores.
A Justiça levou em conta que Galã se dedica a ações criminosas organizadas pelo menos desde 2005 e que já foi condenado, em agosto de 2019, a 19 anos de prisão pelo crime de Organização Criminosa. Apesar do pedido do MPF para que na dosimetria da pena fossem levadas em consideração a elevada culpabilidade, a personalidade negativa, os maus antecedentes, as circunstâncias gravosas e as consequências do crime, a 3ª Vara fixou a pena em apenas oito anos. O órgão ministerial já apresentou recurso solicitando a revisão da pena.
Além das condenações por Organização Criminosa, em 2019, e Lavagem de dinheiro, em 2020, Galã possui mais uma ação penal contra si na Justiça Federal em Mato Grosso do Sul, também por participação em Organização Criminosa e Lavagem de dinheiro. Essa denúncia, que já foi recebida pela Justiça mas ainda não possui decisão, trata especificamente da abertura de uma empresa de fachada com sede em Ponta Porã, Construtora JB Progresso, por meio da qual outros cinco denunciados, sob o comando de Galã, adquiriam imóveis e veículos a fim de ocultar e dissimular a procedência ilícita e a real propriedade dos bens.
Elton Leonel é considerado um dos principais nomes do PCC na fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai e principal suspeito de ser o mandante do assassinato do traficante Jorge Toumani Rafaat, ocorrido em julho de 2016. Preso em fevereiro de 2018, foi transferido do sistema penitenciário estadual do Rio de Janeiro para o sistema federal no Rio Grande do Norte, após a identificação de plano de fuga orçado em R$ 2 milhões.
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