Um advogado, um estudante de direito e um comerciante de Campo Grande foram presos em flagrante durante a Operação Cabrera, realizada na manhã desta quinta-feira (18) pela Polícia Federal em combate ao compartilhamento e a posse de pornografia infantil na internet. Nos outros sete endereços visitados pelas equipes foram feitas apreensões de conteúdo pornográfico, que somaram mais de 1000 imagens.
A operação acontece em todo território brasileiro no Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual de Crianças e Adolescentes. Em Campo Grande, os 10 mandados de busca e apreensão expedidos foram cumpridos pelos policiais e em todos os endereços fotos e vídeos com o conteúdo pornográfico infantil foram encontrados.
Os três presos foram surpreendidos com notebook e aparelhos em que armazenavam as imagens, algumas delas mostrando cenas de sexo envolvendo menores de 12 anos. As prisões aconteceram em três bairros da Capital: no Guanandi, Chácara Cachoeira e no Jardim América, onde as equipes fizeram buscas em um condomínio.
Um dos homens, não identificado pela polícia, foi flagrando no momento em que compartilhava fotos de crianças nas redes sociais. Um segundo preso, que também não teve o nome revelado, já possuía passagem por crime de abuso sexual.
"O pedófilo não tem perfil. Pode ser um advogado, um comerciante, um professor", lembrou o delegado Marcelo Alexandrino, da Delist (Delegacia de Defesa Institucional). Segundo ele, um dos investigados pela operação é professor e trabalha com crianças e adolescente. O homem não foi encontrado pelos policiais.
Ao todo, a ação apreendeu mais de 1000 arquivos pornográficos, entre imagens e vídeos, envolvendo crianças e adolescentes. Todo o material recolhido será encaminhado para a perícia e em seguida para o Ministério Público Federal, que definirá a pena de casa envolvido no crime.
Os outros sete suspeitos, que não foram encontrados, assim como os presos, também serão indiciados no artigo 241, inciso B: adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.
A investigação
Foram três meses de investigações até a operação desta quinta-feira, mas a apuração de dados que resultou nas prisões começou muita antes disso, com um aparelho conhecido por CPS. Ele é capaz de monitora em tempo real o fluxo de imagem e vídeo pornográficos de crianças e adolescentes divulgados na internet.
Com informações em mãos, os policiais passaram a monitorar os suspeitos e chegaram aos 10 endereços vistoriados nesta quinta-feira. De acordo com o delegado da Polícia Federal Cleo Mazzotti, da DRCOR (Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado), Mato Grosso do Sul teve 100% de aproveitamento durante a operação, um dos melhores do pais.
Outros 17 estados brasileiros também receberam a operação. Ao todo foram cumpridos 90 mandados de busca e apreensão e 5 mandados de prisão expedidos no país.
A Operação Cabrera recebeu esse nome em alusão a Araceli Cabrera Sanches Crespo, uma menina de 8 anos, raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada, no Espírito Santo, em 1973. O dia de seu falecimento, dia 18 de maio, ficou estabelecido como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, conforme a Lei nº 9.970/2000. (Matéria editada às 11h27 para acréscimo de informações)
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