Onze mandados de prisão preventiva e 39 de busca e apreensão são cumpridos desde as primeiras horas desta terça-feira (18/2) em quatro municípios sul-mato-grossenses, durante operação contra esquema de fraudes em processos licitatórios. As ações fazem parte da Operação Malebolge, desencadeada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). 

Policiais do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção), realizaram diligências nas cidades de Água Clara, Campo Grande, Rochedo e Terenos.

O esquema envolve organização criminosa que cometia os crimes contra os cofres públicos mediante a pagamento de propina a servidores. 

Conforme o Ministério Público, as investigações tiveram início após conteúdo apreendido durante a operação Operação Turn Off, com a segunda fase desencadeada em julho do ano passado. 

A partir daí, o Gaeco constatou a existência de organização criminosa voltada à prática de crimes em Água Clara e Rochedo, com núcleos de atuação distintos, mas operando da mesma forma. 

Um empresário agia como articulador do esquema, mediante a cooptação de servidores públicos, contando para tanto com o auxílio de vários outros empresários.

“Em resumo, a organização criminosa se valia dos servidores públicos corrompidos para fraudar o caráter competitivo de licitações públicas, direcionando os respectivos certames para beneficiar empresas participantes do esquema delituoso, mediante a elaboração de editais moldados e por meio de simulação de competição legítima, em contratos que ultrapassam a casa dos R$ 10 milhões”, diz o MPMS.

O esquema envolvia ainda o pagamento de propina aos agentes públicos para atestar falsamente o recebimento de produtos e de serviços, além de acelerar os trâmites administrativos necessários aos pagamentos de notas fiscais decorrentes de contratos firmados entre os empresários e o poder público.

A operação também contou com o apoio operacional do Batalhão de Choque e do Bope da Polícia Militar.

Malebolge

“Malebolge”, termo que dá nome à operação, é uma referência à Divina Comédia, obra clássica de Dante Alighieri, que descreve a jornada de um homem pelos reinos do inferno, purgatório e paraíso. 

Dentro do inferno, o “Malebolge” é a região onde os fraudadores e corruptos são punidos de acordo com a gravidade de seus pecados.