O servente de construção civil Wagner Rocha Carneiro, 37 anos, executado com 4 tiros de pistola 9 mm (milímetros), na noite de ontem (9), na Rua Saint Romain, no Jardim Tijuca, em Campo Grande, já havia sido preso, respondia a vários processos e tinha passagens por furto, roubo, tráfico de drogas e ameaça.
Em uma das ocorrências, em agosto de 2011, Wagner e mais quatro homens foram presos por envolvimento com tráfico de drogas. À época, ele era fugitivo da Colônia Penal Agrícola, onde cumpria pena por assalto à mão armada. A prisão dos traficantes aconteceu depois de uma denúncia anônima recebida pelos policiais, que foram até a Rua Paulo Ubiratan, no Conjunto Residencial Mário Covas.
No local, os investigadores da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) encontraram porções de pasta base de cocaína, uma balança de precisão, alguns aparelhos celulares e R$ 507 em dinheiro.
Dois anos depois, em junho de 2013, Wagner foi preso por envolvimento em um caso de furto qualificado numa casa de carne, no Bairro Universitário. Ele foi o mentor do crime. Na ocasião, dois comparsas de Wagner, utilizando uma chave micha, chave de fenda e um alicate, arrombaram quatro portas para ter acesso ao interior do comércio. Eles fugiram levando R$ 16 mil e duas caixas de cigarros, com 30 maços. À época, um adolescente de 16 anos também participou da ação criminosa.
Execução - A dinâmica do crime ocorrido na noite de ontem, de acordo com a polícia, aponta que os tiros foram feitos de cima para baixo. O atirador subiu numa laje de construção, onde foi encontrado estojo de munição, ao lado da casa de Wagner. O levantamento da perícia aponta que foram feitos, pelo menos, 12 disparos contra a vítima.
Nesta manhã, a reportagem esteve no local onde Wagner foi assassinado. Construtor de 68 anos, que pediu para não ser identificado, dono de uma das casas usada pelo assassino para fazer os disparos, ficou sabendo do caso ao chegar em um dos imóveis que está construindo. “A vizinha avisou que a polícia havia arrombado o portão para entrar”, contou.
Ainda surpreso com a notícia da morte do vizinho, o construtor contou que Wagner alugava o imóvel onde morava para fazer festa também. “Tinha som alto, mas não tinha bagunça. Não tinha muita amizade, mas aparentemente ele era um cara legal e tranquilo”, disse.
Outra vizinha, também de 68 anos, contou que acordou com muito barulho de tiros, de carro e de cachorros latindo. “Foram muitos tiros. Não deu para contar. Foi tudo muito rápido. Ele era novo aqui no bairro. Quase ninguém o conhecia”.
Agiota - De acordo com relatos de familiares à polícia, Wagner morava sozinho na residência desde o fim do ano passado, quando se desentendeu com a ex-esposa. Além de alugar sua casa para festas, a vítima trabalhava com empréstimo de dinheiro a juros. Antes de ser morto, Wagner estava em uma confraternização. Ao sair da festa, ele comentou com os parentes que encontraria com uma menina, mas não disse o nome.
A casa onde Wagner foi morto fica a poucos metros da esquina onde Henrique Lourenço da Silva foi assassinado em janeiro deste ano.
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