REGIÃO

Homens encapuzados invadem casa e líder de facção criminosa desaparece

Ryan em maio deste ano, quando foi preso pelo Batalhão de Choque - Crédito: (Arquivo) Ryan em maio deste ano, quando foi preso pelo Batalhão de Choque - Crédito: (Arquivo)

O integrante da facção criminosa F.T.A (Família Terror do Amapá), Ryan Richelle dos Santos Menezes, conhecido como “Tio Chico”, 27 anos, teria desaparecido depois que homens encapuzados invadiram a casa em que ele mora com a família em Campo Grande. Nesta sexta-feira, dia 08 de outubro, a mulher do suspeito procurou a polícia para relatar que no momento da invasão, o marido escapou dos bandidos e deixou para atrás apenas a tornozeleira eletrônica que usava, mas depois não foi mais visto.

Para a polícia, a mulher de 29 anos contou que a cerca de dois anos veio com a família para Mato Grosso do Sul para fugir de ameaças de morte que o marido estava sofrendo em sua terra natal. Por conta do risco de um atentado, os dois combinaram que se algo acontecesse, Ryan se esconderia no telhado até o perigo passar.

Segundo o site Campo Grande News, nesta quinta-feira, quatro homens encapuzados invadiram a casa do casal. A mulher relatou que a todo o momento eles perguntavam por “Tio Chico” e como não o encontraram, ameaçaram ela e os filhos de morte. Chegaram até a colocar arma na cabeça das crianças. Pouco depois foram embora, afirmando que “em qualquer lugar eles iriam se acertar”.

Depois disso, ela foi até o local combinado a procura do marido, mas não o encontrou. O único vestígio de que Ryan esteve no local, segundo ela, era a tornozeleira eletrônica que ele usava desde agosto, quando ganhou liberdade provisória pelos crimes de uso de documento falso e posse ilegal de arma.

Cadeia

A prisão de "Tio Chico" aconteceu em 30 de maio deste ano. Policias do Batalhão de Choque faziam rondas pela região do Jardim Tarumã quando abordaram um grupo de pessoas na Rua Sertaneja. Ryan estava entre os suspeitos e entregou aos policiais uma identidade em nome de Romário da Silva Dias.

O nervosismo do suspeito chamou atenção e durante a checagem, os policiais descobriram que Romário era na verdade Ryan, foragido do estado do Amapá pelos crimes de homicídio e roubo. Por conta disso, ele foi preso. Os policiais foram também a casa do suspeito e encontraram um revólver calibre .38, com cinco munições, escondido debaixo do colchão de um dos quartos.

Pela posse da arma, foi preso em flagrante e teve a prisão preventiva decretada em audiência de custódia. Em agosto, ganhou a liberdade. Na época, a defesa de Ryan afirmou que quando estava preso no norte do país, recebeu de morte por parte de policiais, por isso fugiu assim que saiu da unidade prisional e arrumou documento falso.

A polícia do Amapá, no entanto, atribui outro motivo para a “fuga” de Ryan. Um dos líderes da F.T.A (Família Terror do Amapá), “Tio Chico” é para as investigações o responsável por enviar drogas e armas da fronteira de Mato Grosso do Sul para do Amapá. A facção amapaense, segundo as apurações, possui ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

Na época da prisão de Ryan, sites do Amapá divulgaram que o suspeito também ordenava roubos e execuções de rivais. Ainda conforme a imprensa amapaense, o líder da facção responde há 20 processos na justiça por crimes de tráfico de drogas, porte ilegal de arma, roubo e associação criminosa.

Ele também é investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do estado. Em Mato Grosso do Sul responde apenas pelos crimes pelo qual foi preso em maio, mas uma parceria entre os dois estados brasileiros tenta rastrear os passos de Ryan, movimentações financeiras e ligação com outros integrantes da facção, através de perícia em celular apreendido com ele em Campo Grande.

Como violou o lacre da tornozeleira eletrônica, agora Ryan é considerado foragido. O caso foi registrado como ameaça, violação de domicílio e desaparecimento de pessoa.

 

Comentários