As polícias civis de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul, além da Polícia Federal, investigam o caso do Homem-Pateta. A polícia afirmava que esse tipo de perfil lança desafios perigosos e suicidas a crianças e jovens, mas para exemplificar isso, conta até agora com apenas um único relato no Paraná.
A história lembra outros virais como Baleia Azul e a boneca Momo. Porém, ainda com poucas informações, a polícia ainda não sabe quais perfis fazem piada do caso e quais realmente estão assustando jovens.
Em Santa Catarina, chegou-se ao nome de Jonathan Galindo, através de um grupo de monitoramento que trabalha em um programa que alerta pais e responsáveis sobre os perigos da internet. Um alerta foi emitido no dia 17 de junho. Depois disso, eles receberam informações sobre um primeiro o, de uma criança de dez anos que teria se deparado com um perfil do tipo no TikTok.
A polícia de Santa Catarina logo recebeu informações sobre um caso no interior do Paraná, mas a família, apesar de assustada, não registrou boletim de ocorrência. Agora, o objetivo da Polícia Civil é convencer a família a registrar um boletim de ocorrência para dar continuidade às investigações.
O Jornal Midiamax noticiou um caso ocorrido em Aquidauana, onde uma criança teria recebido mensagem do Homem-Pateta pelo Instagram.
Também na terça, a Polícia Federal anunciou que estaria investigando o caso, sem contar mais detalhes. Procurada, a PF disse que “não confirma a existência ou não de possíveis investigações em andamento.”
A pedido da reportagem, a Safernet, ONG que monitora riscos aos direitos humanos na internet brasileira, disse não ter achado indícios de que os perfis com o “Homem-Pateta” tenham induzido crianças a suicídio.
“Não há registros de denúncias na nossa plataforma e desconhecemos que haja uma investigação em curso. O episódio tem características de hoax, como o episódio da boneca Momo”, diz a nota enviada pela associação.
Como agir?
Os usuários que identificarem qualquer ação mais perigosa desse tipo de perfil devem procurar a Polícia Civil do seu estado e registrar um boletim de ocorrência, para que a polícia consiga identificar quem está por trás dessas ações.
A origem do “Homem-Pateta”
A imagem que ficou conhecida como “Homem-Pateta” tem sua criação atribuída ao cineasta e maquiador James Fazzaro, dono da empresa JMF Filmworks, em Fort Wayne (EUA).
Fotos do perfil de Fazzaro no Facebook mostram que ele divulgou as imagens do seu personagem que leva uma prótese de cara de cachorro em 2012 e em 2014.
Também é possível encontrar outras imagens desses personagens em uma galeria de arte virtual chamada Fur Affinity, na qual ele aparece com o nome DuskySam —alcunha confirmada por ele pela primeira vez em seu blog, em 2011— e com a imagem que se tornou mais famosa.
Outros personagens semelhantes criados por ele receberam os nomes de Gary the Goof e Larry LeGeuff, todos com visuais semelhantes.
Segundo a Polícia Civil de Santa Catarina, os perfis com o nome de “Jonathan Galindo” e usando a imagem de Fazzaro estão ativos em países de língua espanhola desde 2017, principalmente no México. Uma rápida busca no YouTube mostra que youtubers aproveitaram o tema para conseguir audiência, embora existam registros de atividades do perfil no Facebook desde o ano anterior.
Um exemplo disso é o canal mexicano El Rey del Random, que recebeu mais de 230 mil visualizações em um vídeo de 9 de janeiro de 2017 e chama a atenção com o título do vídeo: “Jonathan Galindo | O perfil do Facebook mais assustador (Não te deixará dormir).” No vídeo, o youtuber mostra as postagens e imagens do perfil que imitam o personagem Pateta.
Desde que o assunto voltou a repercutir, dessa vez no Brasil, o número de vídeos em português sobre o “Homem Pateta” não para de crescer no YouTube, nos mesmos moldes do fenômeno do México. Alguns divulgam mensagens e ligações que não sabemos se são verdadeiras ou criadas por eles.
Embora a divulgação de conteúdo impróprio e os crimes digitais sejam assunto sério, muita gente ainda leva na brincadeira. Até um funk foi criado para fazer piada com Jonathan Galindo.
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