DOURADOS

Jovem confessa 18 tiros, mas diz que idoso morreu antes por enforcamento

Idoso foi encontrado morto dentro de uma caminhonete na Sitioca Campina Verde, em Dourados, no dia 1º de abril - Crédito: Osvado Duarte/Dourados News/Arquivo Idoso foi encontrado morto dentro de uma caminhonete na Sitioca Campina Verde, em Dourados, no dia 1º de abril - Crédito: Osvado Duarte/Dourados News/Arquivo

Preso acusado de envolvimento no assassinato de Veríssimo Coelho dos Santos, de 61 anos, encontrado morto dentro de uma caminhonete na Sitioca Campina Verde, em Dourados, no dia 1º de abril, Gustavo Rodrigues de Souza assumiu ter efetuado 18 tiros de pistola, mas alegou que a vítima já estava morta.

Ao depor para Polícia Civil, ele relatou que aproximadamente três semanas antes do crime, Sauro Henrique Teixeira da Silva, sobrinho-neto do idoso, o chamou para participar do homicídio. 

A justificativa era estar sob pressão do tio, que teria transferido uma carreta britrem para o seu nome mediante o compromisso de transportar carga de drogas.

Gustavo disse ainda ter ficado com a pistola calibre 380 comprada por Sauro. Na noite do assassinato, recebeu mensagem para ir até a chácara onde Veríssimo foi morto. Como não respondeu, coube ao caseiro do local, Miguel Sérgio Ovando, ir busca-lo. 

No depoimento, Gustavo detalha que Veríssimo estava caído no chão agonizando e foi golpeado com uma barra de ferro na cabeça por Sauro. Desmaiado, foi arrastado até a caminhonete, mas deu sinais de vida e o sobrinho-neto o sufocou com a capa do sofá, na cor vermelha. 

Colocaram o corpo no banco do passageiro da Silverado para desovar. Sauro conduziu até o local e Gustavo acompanhou em uma picape Strada. 

Com a caminhonete parada, o sobrinho-neto da vítima pediu para que Gustavo atirasse na altura do vidro, na direção do corpo. Ele acatou a ordem e atirou 18 vezes, para levar a arma como pagamento. 

O relato indica ainda que findado o homicídio, ambos saíram na picape Strada e esconderam a arma no mato, próximo do Rego D´água. Barra de ferro, boné e celular da vítima, além de uma corda utilizada para enforca-la, bem como a roupa ensanguentada de Sauro, foram jogados dentro de um riacho no Parque das Nações II. Tudo isso por volta das 22h. 

Levados até essas localidades pelo delator, investigadores do SIG (Setor de Investigações Gerais) da Polícia Civil teriam encontrado alguns dos objetos descritos no depoimento. 

Com esses elementos, na terça-feira (20) o juiz Eguiliell Ricardo da Silva decretou a prisão preventiva de Gustavo Rodrigues de Souza e determinou a quebra dos sigilos telefônicos dele, de Sauro e de Veríssimo, no período compreendido entre os dias 27 de março a 2 de abril. 

O magistrado considerou que no dia 31 de março de 2021, por volta das 22h, no imóvel situado na Rua Projetada 11, nº 675, Sitiocas Campina Verde, “os denunciados Sauro Henrique Teixeira da Silva e Gustavo Rodrigues de Souza (ora representado), com a colaboração do acusado Miguel Sérgio Ovando, teriam agredido fisicamente a vítima Veríssimo Coelho dos Santos, com golpes de instrumentos cortantes na cabeça, enforcamento com uma corda e sufocamento com um pano e, posteriormente, Gustavo Rodrigues de Souza teria efetuado os disparos de arma de fogo, que foram a causa da morte da vítima”.

Foi decretado segredo de justiça dos autos. 

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