Renato de Almeida Campos, de 34 anos, que morreu na sexta-feira (26) durante um incêndio em uma chácara em Dois Irmãos Buriti, distante 83 quilômetros de Campo Grande, já havia tentado atear fogo em policiais utilizando a mangueira de um posto de combustíveis, na Avenida Calógeras, na Capital.
A confusão foi em agosto do ano passado. Transtornado, Renato causou confusão no Centro de Campo Grande e acabou preso.
Conforme informações do boletim de ocorrência registrado na época, o homem pegou a mangueira de uma das bombas de combustível e acionou o gatilho, colocando fogo e usando como um lança-chamas contra a equipe policial.
Ele ainda quebrou placas de sinalização e colocou fogo em lixos que estavam na rua. Campos foi atuado por tentativa de homicídio. O Corpo de Bombeiros foi chamado, mas quem controlou o fogo no momento do desespero foi o frentista de outro posto.
Renato conseguiu correr, novamente em direção a um posto de combustíveis, localizado na Avenida Calógeras com a avenida Fernando Correa da Costa. O local estava fechado, mas o autor derrubou as grades de proteção e tentou pegar a mangueira de combustível das bombas para atear fogo de novo, momento em que foi contido pelos policiais.
Segundo o registro policial, foi preciso usar algemas para conter Renato, que estava muito alterado, aparentemente drogado. Ele ficou ferido, porque começou a debater no chão e contra as grandes do posto. O autor foi encaminhado a UPA (Unidade e Pronto Atendimento) do bairro Coronel Antonino, e em seguida, ao hospital Universitário, onde ficou sob escolta militar.
Morte em incêndio - O mesmo homem morreu em incêndio dentro da casa onde morava na sexta-feira (26), por conta de uma confusão relacionada ao atendimento do Corpo de Bombeiros.
De acordo com o boletim registrado sobre o caso, a Polícia Militar foi chamada por meio do 190 para atender uma ocorrência de casa pegando fogo. Com a viatura do destacamento em manutenção, o policial que estava de plantão usou o próprio veículo para atender o chamado.
Sem ter o que fazer quanto ao incêndio, o policial voltou para a base, para telefonar ao Corpo de Bombeiros, já que no local não funciona celular.
Ainda conforme o boletim, o policial disse que ligou por diversas vezes, em vários números do Corpo de Bombeiros, porém, nenhuma das ligações foi atendida.
O PM, então, ligou para um colega, de um destacamento próximo, que tem viatura funcionando, para que o policial fosse até o grupamento dos Bombeiros e avisasse sobre o ocorrido. Mesmo acionados pessoalmente, os bombeiros teriam ignorada o pedido de socorro.
Com a viatura do destacamento vizinho, o policial voltou na casa que ainda estava em chamas e abriu uma das janelas, momento que encontrou o corpo de Renato.
Nesta segunda-feira (29), Campo Grande News ligou para o Corpo de Bombeiros e conseguiu contato com a major Geísa Maria Rodrigues Ferreira Romero.
Conforme a major, na sexta-feira não houve nenhum chamado na linha 193 dos Bombeiros de Aquidauana, que atendem a região. "A linha não estava com problema, tanto que recebemos uma chamada às 18h55. Os fatos serão totalmente apurados tanto pelo Corpo de Bombeiros, quanto pela PM, por meio de procedimentos abertos pelas corporações", explicou.
A major confirmou que por volta das 20h, uma equipe da PM de Aquidauana foi até o quartel dos Bombeiros e informou sobre o incêndio, no entanto, não disse que havia necessidade de deslocamento e sim que os policiais precisavam de orientações para atender o pós-incêndio. "Em nenhum momento foi falado que o incêndio estava acontecendo, não foi solicitado atendimento", disse.
Comentários