Policia

MPE agrava denúncia contra PRF que matou Adriano e pede perda do cargo público

O promotor de Justiça Eduardo José Rizkallah, do MPE (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul), agravou a denúncia à Justiça contra o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 47 anos, que matou a tiros o empresário Adriano Correa do Nascimento, 32 anos, e tentou matar Vinicius Cauã Ortiz Simões, 17, e Agnaldo Espinosa da Silva, 48, no último dia 31 de dezembro em Campo Grande, durante uma briga no trânsito. O promotor denunciou Moon por homicídio qualificado, duas tentativas de homicídio e ainda fraude processual. Além disso, solicitou a perda do cargo público e quebra do sigilo telefônico.

A acusação é mais pesada que a da Polícia Civil, que encerrou o inquérito sobre a morte do empresário Adriano no último dia 17 de janeiro, acusando-o de homicídio doloso, sem qualificadoras, e dupla tentativa de homicídio

De acordo com a denúncia oferecida pelo MPE, nesta segunda-feira (23), o denunciado cometeu os crimes impelido por "motivo fútil e mediante recurso que dificultou a defesa das vítimas", as duas qualificadoras acrescentadas, que podem ampliar a pena. Ainda na visão do promotor, Ricardo Su Moon cometeu fraude processual, quando, "para legitimar seus atos", tentou transparecer que trajava uniforme completo da Instituição em que é lotado no momento da abordagem, de forma que assim se vestiu depois do crime.

Ainda conforme o documento, as declarações se mostraram fraudulentas em razão de provas materiais, em especial fotos e vídeos de testemunhas, mostrando Ricardo trajando camisa listrada.

Segundo o MPE, o policial também foi ajudado por terceiras pessoas, que prestaram depoimentos tentando aparentar veracidade à farsa. Segundo o texto da denúncia, Moon "inovou artificialmente o estado da coisa e pessoa a fim de induzir o erro ao juízo, visando produzir efeitos favoráveis a si próprio em processo penal".

PERDA DO CARGO E QUEBRA DE SIGILO

Em razão dos fatos graves informados na denúncia, o promotor de Justiça requereu ainda as seguintes medidas: perda do cargo público de Ricardo Su Moon (agente da Polícia Rodoviária Federal) e quebra do sigilo telefônico do acusado, pois consta que o PRF manteve contato através de diversas ligações telefônicas durante a ocorrência e posterior aos fatos.

O MP-MS requer ainda remessa de cópia dos autos para apuração dos crimes, ao menos em tese, de fraude processual, falso testemunho e prevaricação praticados pelos policiais militares, pelo delegado de polícia e pelos policiais rodoviários federais que estiveram no local do crime, em razão de indícios de terem induzido o juízo ao erro e produzisse efeito para beneficiar o acusado.

Comentários