Autores de vários roubos na Capital, Isaias Paulo de Oliveira, de 42 anos, os dois filhos e Welyson Marques Andreu, de 21 anos, foram identificados como os responsáveis pelo sequestro de uma mulher de 31 anos em março deste ano, no Jardim Parati. A vítima foi levada de dentro de casa pelo grupo, que pedia R$ 200 mil pelo resgate. Ela foi liberada sem o pagamento depois de se passar por outra pessoa para os bandidos.
Isaias, Welyson, Adriano Fernandes de Oliveira, de 20 anos e Wesley Fernandes de Oliveira, de 18 anos, foram presos no dia 10 de abril, na casa nem que moravam na Vila Progresso. Na casa, localizada na Rua Dona Glorinha, foram apreendidos um revólver calibre 38, uma pistola 765, 40 munições, duas máscaras, vários celulares e um Gol roubado.
Durante as investigações, a quadrilha, que na época da prisão chegou a justificar os crimes como uma tentativa de juntar dinheiro para montar uma oficina com lava jato e funilaria, foi identificada como a responsável por pelo menos quatro roubos, todos mantendo as vítimas reféns. Em alguns dos casos, eles contaram com a ajuda de uma travesti, a Julia, de 21 anos, que foi presa no dia 21 de abril.
Dias depois de ser liberada pelos bandidos, a mulher de 31 anos, voltou a procurar a polícia para falar sobre o caso. Desta vez, a vítima deu detalhes do crime, o tempo que levou da sua casa até o cativeiro, descreveu o pouco que conseguiu enxergar no caminho e parte do que viu já onde permaneceu trancada nos dias em que ficou com os suspeitos.
O trabalho de investigação levou os policiais a casa de Isaias, mesmo local em que ele e os comparsas foram presos. A vítima reconheceu a residência como o seu cativeiro e ainda contou que só foi liberada pelos bandidos porque conseguiu enganá-los. Aproveitando da confusão deles, que não tinham certeza sobre sua identidade, ela se passou pela irmã e foi deixada sem o pagamento pedido pela quadrilha nas Moreninhas.
Isaias e os comparsas acabaram confessando o sequestro. Conforme apurado pela reportagem o líder do grupo relevou que a intenção era usar a mulher para receber o dinheiro de uma suposta dividida com o marido dela, que está preso no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande. Agora o grupo vai responder por extorsão mediante sequestro.
Série de assaltos
Os crimes da quadrilha teriam começado no dia 5 de março, quando Welyson e Isaias roubaram um Gol preto, placas HSY-7358 no Jardim Colorado. Com o carro, que roubaram de uma família, o grupo teria começado a série de assaltos.
No dia 17 de março, os três suspeitos invadiram e roubaram quase todos os móveis da casa de um advogado. O homem e a esposa, de 56 e 54 anos, foram abordados por dois dos suspeitos, que se passando por clientes interessados em alugar quitinetes de propriedade das vítimas, forçaram o casal a abrir o portão, só então anunciaram o assalto e chamara o terceiro envolvido.
Eles permaneceram na casa da família das 21h30, até pouco mais das 4 horas da manhã. Neste tempo, os bandidos fizeram ameaças ao casal e perguntaram sobre um morador do local, que possuía uma caminhonete Hilux branca. A todo momento eles afirmavam que matariam o dono do veículo. Os três suspeitos só foram embora depois de ‘limpar’ a casa da vítima.
Depois da chegada de um quarto envolvido de carro, fugiram levando geladeira, fogão, microondas, forno elétrico e até o criado-mudo. No dia 3 de abril, Welyson, Adriano e Wesley foram até uma residência no Moreninha II, onde renderam mãe e filha e tentaram roubar a camionete das vítimas. Eles acabaram fugindo depois que vizinhos perceberam a movimentação estranha na residência e acionaram a polícia.
Na manhã do dia 4 de abril, um homem de 37 anos foi sequestrado com a filha de 7 anos. Ele foi mantido refém pelo grupo de assaltantes por aproximadamente 5 horas, até que um dos envolvidos conseguisse atravessar a fronteira com o Paraguai com a Hilux do homem. As vítimas então foram abandonadas no Bairro Cidade Morena.
O sequestro
No dia 23 de março, por volta das 19h30, a mulher foi sequestrada em casa por dois homens armados. Os autores exigiram da família R$ 200 mil para não matarem a vítima.
Segundo informações do boletim de ocorrência, a vítima a mãe dela, de 67 anos, e um sobrinho, estavam no local quando ao sair de casa rapaz foi rendido pelos dois homens armados com pistolas e forçado a entrar novamente no imóvel.
Na casa, um suspeito rendeu a idosa, enquanto o outro puxou a vítima de 31 anos, a levando para fora. Ela foi colocada em um Gol preto "bolinha", mesmo usado pela quadrilha em vários dos crimes, onde o motorista aguardava a dupla. Depois da fuga, a mãe começou a ligar para o celular da filha e os suspeitos atenderam afirmando ser um sequestro.
Os bandidos exigiram R$ 200 mil para libertarem a vítima, caso contrário ela seria executada. Na noite do dia 24 de março ela foi liberada.
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