Policial

Mulheres que mataram idosa asfixiada em plástico filme pegam 52 anos de prisão

Embora assassinato tenha sido em 2017, identificação do corpo só ocorreu em 2019; denúncia anônima levou polícia à Karina e Sherry

Corpo de idosa foi encontrado em fevereiro de 2017, às margens de rodovia (Foto: Maracaju Speed) Corpo de idosa foi encontrado em fevereiro de 2017, às margens de rodovia (Foto: Maracaju Speed)

Quase quatro anos após o crime, Karina Beatriz Ferreira, de 49 anos, e Sherry Silva Maciel, 39, foram condenadas a 29 e 23 anos de prisão, respectivamente, por matar asfixiada e atear fogo ao corpo da idosa Lídia Ferreira de Lima, de 61 anos. O cadáver foi encontrado enrolado em plástico filme, em fevereiro de 2017 às margens da MS-162, em Maracaju.

Karina Beatriz foi condenada por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel (asfixia) e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além dos crimes de ocultação de cadáver e estelionato. Já Sherry terá de cumprir pena pelo assassinato e tentativa de dar fim ao corpo.

Embora o assassinato tenha sido em 2017, a identificação do cadáver só ocorreu em junho de 2019 e apesar do corpo ter sido encontrado em Maracaju, os crimes aconteceram em Sidrolândia.

A polícia chegou à dupla após denúncia anônima que incriminava Karina e ainda pela descoberta de que a dupla estava utilizando cartão da idosa para receber sua aposentadoria, entre maio de 2017 e agosto de 2018.

Karina e Sherry, segundo as investigações, planejaram o assassinato, mas antes disso, usufruíam da confiança da idosa, que morava sozinha e estava fragilizada com a morte da mãe.

Ainda conforme a acusação, Karina conheceu Lídia em um “centro espírita”, pouco depois da morte da mãe da idosa e a convenceu de que era capaz de incorporar o espírito de pessoas que morreram.

Para conseguir manter contato com a mãe, Lídia se mudou para casa de Karina e viveu por dois anos praticamente em cárcere privado, trancada em um quarto. Já nessa época, a suspeita começou a receber o benefício no lugar da aposentada. Em 2017, a família da vítima entrou na Justiça para pedir a interdição da idosa.

Como corria risco de perder a aposentadoria, Karina planejou o assassinato e contou com a ajuda de Sherry.

“No dia do crime, as denunciadas ministraram algum tipo de remédio para deixar a vítima sonolenta, e em seguida a enrolaram em plástico filme, inclusive a cabeça e narinas, obstruindo assim as vias áreas. A causa da morte foi asfixia mecânica”, diz a denúncia.

Depois de matar, as duas levaram o corpo a cerca de 90 km de Sidrolândia, em local conhecido como “trevo da estrada da Água Fria”, e atearam fogo no corpo. Ainda conforme a acusação, as mulheres tinham a intenção de dificultar a identificação da vítima – vestira luvas cirúrgicas nas mãos da idosa para garantir a queima completa das digitais.

As duas mulheres estão presas preventivamente desde abril de 2019. Karina é ex-merendeira da Escola Estadual Catarina de Abreu e foi candidata a vereadora por Sidrolândia em 2016. Já Sherry foi presidente do diretório municipal do PC do B.

Elas foram a júri popular na quinta-feira (22) e na sentença, juiz Claudio Müller Pareja manteve as prisões. “Tendo em vista a pena fixada, bem como a hediondez do crime, além da presença dos motivos ensejadores da prisão, conforme analisada na decisão, não concedo o direito de apelar em liberdade”. O julgamento durou mais de 15  horas, segundo o site Noticidade, de  Sidrolândia.

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