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Operação contra o tráfico mira esquema que movimentou R$ 155 milhões em 14 meses

Operação foi desencadeada hoje em cidades do MS, Paraná, Minas Gerais e São Paulo - Crédito: Divulgação/PF Operação foi desencadeada hoje em cidades do MS, Paraná, Minas Gerais e São Paulo - Crédito: Divulgação/PF

Operação Aqueus deflagrada na manhã desta terça-feira (14/12) pela Polícia Federal tenta desmantelar esquema criminoso responsável em movimentar R$ 155 milhões em 14 meses. As ações do grupo são voltadas para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro e tinha como núcleo a cidade de Três Lagoas, na região Leste do Estado. 

São cumpridos pelos agentes 63 mandados de busca e apreensão, 23 de prisão preventiva, sete mandados de prisão temporária. Há ainda o sequestro de 13 imóveis e do bloqueio judicial de contas bancárias de 33 pessoas físicas e jurídicas.

Além de Três Lagoas, alvos estão em Água Clara, Campo Grande e Ponta Porã. Também há determinações judiciais nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. 

Conforme a PF, as investigações começaram em março do ano passado, quando as descobriram o grupo criminoso liderado por dois homens. 

Eles adquiriam carregamentos de droga em Ponta Porã e coordenavam, à distância, todo o transporte da droga, a qual era armazenada em um depósito em Campo Grande. Logo em seguida os entorpecentes eram levados a entreposto em Três Lagoas, cidade onde residem, e depois distribuídas para diversos locais do país, principalmente interior e litoral paulista, Grande São Paulo e interior de Minas Gerais.

Lavagem de dinheiro

Nesses 14 meses, a organização criminosa realizava a movimentação dos valores envolvidos em contas bancárias de empresas de fachada para os compradores, fazendo com que o pagamento da droga chegasse diretamente ao fornecedor na região fronteiriça. 

“Estas contas eram administradas por um núcleo especializado em lavagem de dinheiro, que prestava este tipo de serviço ilícito a diversas organizações criminosas”, relata nota encaminhada pela PF. 

O lucro dos líderes era recebido por meio de veículos, dinheiro em espécie e contas bancárias de parentes próximos, que integravam a organização criminosa. 

Para ocultar esses valores, investiam na maioria das vezes em imóveis, que eram registrados em nome de terceiros. Em período aproximado de um ano (entre 2020 e 2021), os líderes da organização criminosa teriam recebido, somente em valores creditados em conta correntes de seus “laranjas”, mais de R$ 3,5 milhões. 

Durante a investigação, foram presas oito pessoas em flagrante e apreendidos aproximadamente 500 kg de drogas, além da identificação de outros carregamentos apreendidos pertencentes aos investigados.

Bens sequestrados

Ainda de acordo com a Polícia Federal, entre os imóveis sequestrados em razão das determinações judiciais na operação desencadeada hoje, estão uma fazenda em Água Clara e uma casa de veraneio a beira-rio, em Três Lagoas, propriedades com valores estimados em mais de R$ 4 milhões.

Aqueus

O nome da operação vem da famigerada Guerra de Troia. Segundo a história, o povo Aqueus (como eram conhecidos os cidadãos das cidades-estado da Grécia antiga), venceram de forma estratégica e inteligente a cidade de Troia, com destaque à batalha entre Aquiles e Heitor, na qual Heitor padece sob a lança de Aquiles, líder dos Aqueus. Um dos principais investigados da Operação possui o mesmo prenome do derrotado príncipe de Troia.
 

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