A quinta vítima do "Pedreiro Assassino", Cléber de Souza Carvalho, 43 anos, que ao ser preso na madrugada desta sexta-feira, dia 15 de maio, pela morte do comerciante José Leonel Ferreira dos Santos, 61 anos, acabou assumindo outros quatro assassinatos, e o primo dele, Flávio Pereira Cece, 34 anos. O crime foi em 2015, mas nunca havia sido investigado.
O site Campo Grande News apurou que Flávio era dono de terreno localizado na Rua Corredor Público, na Vila Planalto, a quatro quadras de onde foi enterrado Hélio Taíra, 74 anos, também vítima de Cleber. O lote fica aos fundos da casa onde moram familiares de Cleber.
Conforme informações do delegado Carlos Delano, da DEH (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídios), responsável pelo trabalho de investigação, Flávio morava em barraco improvisado e decidiu construir muro para separar o terreno dele do lote dos familiares, quando acabou brigando com o primo.
''Foi um desacerto relacionado à limitação do terreno", explicou a autoridade policial. Flávio foi morto e enterrado por Cleber no local, confirma a confissão do criminoso em série. Esse desaparecimento sequer chegou a ser registrado na polícia, embora tenha ocorrido há mais de três anos.
De posse do terreno, Cleber contou aos vizinhos e familiares que havia comprado o lote do primo. Mentiu sobre uma viagem do parente para despistar a curiosidade das pessoas, segundo a polícia. Outra informação dada é de venda do espaço por R$ 50 mil pelo "Pedreiro Assassino".
Nesta tarde, após desenterrar os restos mortais de Hélio, a polícia foi até o terreno que pertencia a Flávio, que hoje mora outra pessoa.
A ossada estava enterrada em um dos cômodos da residência. O local precisou ser quebrado e os restos mortais foram achados a dois metros de profundidade.
Os crimes
O primeiro assassinato de Cleber que veio à tona foi de José Leonel Ferreira dos Santos, 61 anos, encontrado enterrado na própria casa, na Vila Nasser, no último dia 7. Ele foi morto pelo pedreiro e a filha, Yasmin Natacha Souza de Carvalho, 19 anos.
Yasmin e a mãe, Roselaine Tavares Gonçalves, 40 anos, acabaram presas no dia em que o corpo de José Leonel foi encontrado. Roselaine, presa só pela ocultação do cadáver, está em liberdade provisória, monitorada por tornozeleira eletrônica. Yasmin teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e segue presa.
Desde a madrugada - Preso por volta das 2h por Policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, no Bairro Campo Belo, confirmou-se a suspeita de se tratar de criminoso em série, por isso chamado de "Pedreiro Assassino", quando Cleber assumiu ter assassinado outras quatro pessoas. Ele apontou onde os corpos haviam sido enterrados e chegou a ajudar nas escavações. Os trabalhos duraram mais de 14 horas.
O primeiro corpo localizado nesta sexta-feira foi de José Jesus de Souza, 45 anos, enterrado em área próximo à Rua Ráza, no Bairro Sírio Libanês. Ele estava desaparecido desde fevereiro deste ano, na região da Vila Nasser, mesmo bairro em que José Leonel foi morto. Após matar a vítima, Cleber cedeu a casa para a irmã morar.
A segunda vítima desenterrada nesta manhã é de Roberto Geraldo Clariano, 50 anos. O corpo foi localizado na Avenida José Barbosa Rodrigues, no Bairro Santo Amaro. A vítima estava desaparecida desde o dia 23 de junho de 2018.
Cleber contou à polícia que na época do crime os dois limpavam o terreno para invadir, quando começaram a brigar. Ele, então, golpeou Roberto na cabeça utilizando a picareta.
O penúltimo cadáver localizado foi o do jardineiro Hélio Taíra, 74 anos, desaparecido desde 26 de novembro de 2016. Ele foi contratado por Cleber para limpar o terreno de uma casa onde o pedreiro estava fazendo obra, na Vila Planalto.
No local, eles acabaram se desentendendo e Hélio foi morto por Cleber com uma pancada na cabeça. Ele foi enterrado na lateral da casa e o local concretado. A família que vive no local não sabia da existência do corpo.
Segundo Delano, a principal suspeita é de que Cleber cometia os crimes para ficar com os bens das vítimas. ''Ele afirmou que não tinha um perfil específico de vítimas. Basicamente eram homens que tinham imóveis ou veículos, sem parentes na cidade.
"Ele é um cara que não da muito valor para a vida", definiu.
Todos os restos mortais já desenterrados foram encaminhados ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), para a identificação e entrega às famílias para os funerais. Não há prazo definido para isso, pois depende das condições dos cadáveres.
Cleber está com prisão preventiva decretada, ocupando cela do Cepol (Centro de Polícia Especializada) no Bairro Tiradentes.
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