As investigações da operação Cornucópia, desencadeada pela Polícia Federal (PF) e Ministério Público Estadual (MPE), apontam que assessores diretos do ex-prefeito de Corumbá (MS), Ruiter Cunha (PT), chegavam a ter salários superiores ao chefe do Executivo Municipal. Segundo a polícia, os rendimentos eram obtidos por meio de fraudes em holerites para obtenção de empréstimos consignados, alvo da ação.
Depois de ouvir, na semana passada, o ex-prefeito, o Ministério Público quer colher o depoimento do ex-gerente de Recursos Humanos da prefeitura, Wilson Fernandes, além de ex-assessores. O petista disse que desconhecia a existência do esquema, mas que ele e Fernandes eram responsáveis pelo fechamento da folha de pagamento dos servidores comissionados.
Segundo as investigações, a falta de critério para indenizações e gratificações a funcionários públicos fica evidente em holerites analisados pela PF. Alguns mostram que servidores com ganho de R$ 3 mil mensais receberam, ao longo do ano, até R$ 14 mil. Além disso, chamou atenção da polícia e Ministério Público a quantidade de empréstimos descontados e os valores das parcelas. No momento em que os empréstimos são finalmente quitados, as gratificações desaparecem e os salários voltam a ser reduzidos.
Notas fiscais, com valores que chegam a passar de R$ 200 mil, para pagamento de empresas contratadas irregularmente pela administração corumbaense, entre 2007 e 2012, estão sendo investigadas. Para o MPE, os documentos comprovam que materiais foram comprados pelo gabinete da prefeitura sem licitação. Ainda conforme o órgão, as verbas de indenização e gratificação eram pagas aos servidores sem amparo legal e fora de um sistema de controle. Os empréstimos consignados realizados no período investigado pela operação e a evolução patrimonial dos envolvidos também estão em análise.
Comentários