Operação apreendeu vários veículos, inclusive de luxo com numeração de chassi de veículos do Exército
Durante "Operação Fiat Lux", deflagrada nesta quinta-feira (24) em Mato Grosso do Sul e mais 10 estados, policiais chegaram a ir em um sobrado no Jardim Montevidéu em Campo Grande. A operação tem o objetivo de desarticular uma quadrilha que já adulterou pelo menos 10 mil veículos no Brasil, sendo que cerca de 3.300 deles são viaturas do Exército Brasileiro.
Hoje, foram cumpridos 5 dos 6 mandados de prisão e 78 dos 82 mandados de busca e apreensão deflagrados em Mato Grosso do Sul e mais 10 estados. Vários veículos de luxo foram apreendidos. Em Campo Grande, por exemplo, uma BMW e Land Rover foram flagradas com numeração de chassi de veículos do Exército.
No Jardim Montevidéu, segundo vizinhos, duas viaturas, sendo uma da Polícia Federal e uma da PRF (Polícia Rodoviária Federal) chegaram às 5h30 com cerca de 10 policiais e foram embora às 8h. Eles arrombaram o portão da residência. No imóvel, há cinco anos mora um casal de idosos, cujo veículo próprio é um Chevrolet Meriva.
O casal estava no imóvel no momento da abordagem. Moradores da região não souberam dizer se os policiais chegaram a apreender algum objeto ou documento, mas afirmaram que nunca presenciaram outros veículos suspeitos na residência.
Operação- Além de Mato Grosso do Sul, a operação conjunta da PF (Polícia Federal) e PRF (Polícia Rodoviária Federal) está sendo realizada em São Paulo, Minas Gerais, Tocantins, Pará, Goiás, Paraíba, Ceará, Paraná, Pernambuco e Maranhão. O crime contava com o apoio de servidores dos Detrans de três estados.
O Poder Judiciário, a pedido da Polícia Federal, determinou o afastamento das funções de 95 servidores do Detran. Oitenta e cinco são servidores do Detran-SP; sete do Detran-TO; e três do Detran-MG. Vinte despachantes também foram afastados de suas funções no estado de São Paulo.
Caso- O Inquérito Policial, instaurado no fim de 2020, teve origem após ter sido detectada a clonagem de veículos do Exército. Os números dos chassis eram utilizados ilegalmente com objetivo de obter documentos legítimos, de forma a tentar “legalizar” veículos oriundos de roubo ou furto.
A investigação apontou que as "clonagens" dos chassis do Exército só foram possíveis, porque contaram com a participação de servidores do Detran e de despachantes. Equipes do Exército prestaram apoio logístico durante a deflagração da Operação Fiat Lux, sendo relevante ressaltar que a investigação não aponta a participação de integrantes do Exército nas fraudes.
Comentários