Policial

PM descobre esquema de apreensão “fake” e prende policiais por furto

Após escutas telefônicas, Corregedoria flagrou celulares escondidos em terreno baldio

Corregedoria da Polícia Militar abriu investigação contra os agentes e usou até escuta telefônica. (Foto: Paulo Francis) Corregedoria da Polícia Militar abriu investigação contra os agentes e usou até escuta telefônica. (Foto: Paulo Francis)

Após investigação que usou escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, a Corregedoria da Polícia Militar prendeu dois policiais que participavam de esquema de furto de celulares contrabandeados, apreendidos em abordagens “fakes”. O flagrante aconteceu na madrugada do último sábado (13).

Segundo investigações, escutas telefônicas revelaram conversas entre o sargento Samir Miguel Raidan, 46 anos, e o cabo Átila Germano Gomes, de 34 anos, em que combinavam abordagem policial falsa. Com base nessa descoberta, equipe da Corregedoria passou a vigiar os militares, ambos lotados na cidade de Maracaju, rota usada por traficantes e contrabandistas que saem de Ponta Porã.

Na conversa a que a Corregedoria teve acesso, os militares receberam informações privilegiadas sobre carga de celulares paraguaios que seria levada pelo passageiro de um ônibus de viagem. A intenção da dupla era apreender os aparelhos e não fazer o registro de retenção, para assim, conseguir ficar com a mercadoria.

Para fazer o flagrante, equipe da Corregedoria foi até Maracaju em carro descaracterizado e acompanhou de longe o momento em que os policiais abordaram o ônibus na MS-162, assim como já haviam combinado anteriormente. Depois da fiscalização armada, eles saíram do local levando uma pessoa.

Átila e Samir foram seguidos de longe e, no GPS da viatura, sistema de localização apontava que antes de chegar na delegacia da cidade, a equipe parou em um terreno baldio. No local, escondido em meio a mato, foram encontrados dois iphones 8 plus, dois iphones 8, 17 celulares redmi Not 9 e três aparelhos redmi not 9s.

Parados quando chegavam na delegacia, os agentes foram flagrados com uma mochila onde estava três fones de ouvido. Questionados, eles apresentaram versões diferentes sobre a origem dos produtos.

Em depoimento, Samir disse que abordaram um suspeito, mas que o preso estava apenas com, negando a existência dos celulares.  Ele negou que tivessem parado em terreno baldio antes de chegar na delegacia, contrariando o que GPS da viatura apontava.

Já Átila, confirmou a parada no terreno baldio e justificou que teriam interrogado o suspeito no local, com a intenção de descobrir mais detalhes sobre a origem da droga apreendida com o suspeito abordado no ônibus. Ele afirmou não saber dos celulares encontrados no mesmo local onde parou.

Ambos foram presos em flagrante e vão responder por crime militar.

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