G1
Um dos quatro presos por descarregar 445 kg de pasta base de cocaína de um helicóptero - pertencente a uma empresa da família do senador mineiro Zezé Perrella (PDT) - informou que faz parte de uma quadrilha chefiada em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, município próximo a uma rota para o tráfico internacional de drogas. As informações constam no auto de prisão em flagrante emitido pelo juiz Jorge Orrevan Vaccari Filho, da 2ª Vara da Comarca de Afonso Cláudio, região Serrana do Espírito Santo, no dia 26 de novembro. Pela autoridade considerar o crime “transnacional”, o documento foi encaminhado para a Justiça Federal. O G1 teve acesso ao material neste sábado (8).
No dia 24 de novembro, a Polícia Militar apreendeu o helicóptero, a droga e prendeu o piloto, o copiloto e dois homens que aguardavam a transação em uma fazenda, em Afonso Cláudio, no Espírito Santo. A cocaína, que vinha do município de Avaré, no interior de São Paulo, havia sido descarregada da aeronave e estava pronta para ser despachada quando aconteceu a prisão. A movimentação já estava sendo investigada há 20 dias, antes do flagrante.
Custo do serviço
De acordo com o auto de prisão, o grupo receberia mais de R$ 186 mil para fazer o transporte da droga, de São Paulo ao Espírito Santo. O responsável por organizar a transação ilegal disse que o piloto da aeronave receberia R$ 106 mil pelo transporte, mais o custo das despesas. Já o copiloto iria ganhar R$ 60 mil. O transporte terrestre seria feito por R$ 20 mil e o morador que conhecia a região receberia US$ 100, que equivale a aproximadamente R$ 233.
Os 445 kg de cocaína foram transportados em uma aeronave com valor estimado em R$ 3 milhões. Segundo consta no documento, uma fazenda, próxima ao local onde o helicóptero fez o pouso, foi adquirida apenas para a chegada da droga, no valor de R$ 500 mil.
Com os suspeitos, a polícia também apreendeu 11 aparelhos celulares, sendo dois deles com comunicação via satélite, e dois aparelhos GPS, com capacidade de navegação aérea em grandes distâncias.
De acordo com o documento da Justiça, o copiloto e responsável pelo carregamento da aeronave se negou a informar como a carga teria entrado no aeroporto do Campo de Marte, em São Paulo, e de onde ela teria vindo. Segundo a Justiça do Espírito Santo, ele quer evitar que o grupo responda por um crime mais grave, o de tráfico internacional.
Vistoria
Na última sexta-feira (6), agentes da Polícia Federal (PF) fizeram uma vistoria no local de pouso da aeronave, na cidade de Afonso Cláudio, e também na fazenda que teria sido comprada para receber a droga.
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