"Menino educado e sossegado". É assim que a vizinhança descreve Marcos André Vilalba Carvalho, 21 anos, preso ontem (14) pelo assassinato de Carla Santana Magalhães, 25 anos. No dia do crime, ele chegou a oferecer ajuda para procurar a vítima sumida na Rua Nova Tiradentes, no bairro Tiradentes.
Na manhã desta quarta-feira (15), o clima era de surpresa no bairro. Vizinhos, que não quiseram se identificar, relataram ao Campo Grande News que, após o desaparecimento de Carla, Marcos chegou a oferecer ajuda para procurá-la. A jovem estava o tempo todo na casa do suspeito, ao lado da residência onde vivia com a família.
''No dia do desaparecimento foi todo mundo pra frente da casa da família dela. Ele saiu para fora e perguntou o que estava acontecendo. Falamos que a Carla havia sido sequestrada e ele disse que se tivesse carro, iria ajudar nas buscas", disse uma vizinha.
Outra moradora contou que Marcos era um menino tranquilo, educado e que não tinha amizades. Ele estava morando na casa desde setembro do ano passado. A mãe do rapaz, segundo levantado, já é falecida e ele não tem contato com o pai.
''Ele saía cedo para trabalhar e só voltava a noite. Veio de Bela Vista para trabalhar como servente de pedreiro, e o único amigo era um jovem que morava com ele, mas há três meses o rapaz voltou para o interior", comentou.
Desde o dia do crime, Marcos continuou levando uma vida normal. O comerciante Benedito Carlos Boré, 68 anos, dono do mercadinho onde o corpo de Carla foi deixado na calçada, contou que recebeu a notícia da prisão do jovem com surpresa.
''Quando fiquei sabendo não acreditei. Ele comprava fiado aqui e pagava por semana. Na segunda-feira (13) veio me pagar e comprou um cigarro", lembrou o comerciante.
A prisão - O corpo de Carla ficou desde a noite em que foi raptada (30 de junho) em imóvel literalmente ao lado da casa dela. Por três dias o cadáver permaneceu, segundo apurado pela reportagem, debaixo da cama da residência na Rua Nova Tiradentes onde vive o matador, até ser abandonado, nu e com sinais de tortura, inclusive sexual, na mesma rua.
Marcos foi preso ontem por policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Durante busca pessoal e no imóvel, os militares acharam lençol de tecido com manchas de sangue. Uma máscara de proteção facial com sinal de sangue também foi localizada.
Durante a noite, foram feitas novas diligências para delegacia, entre elas o exame com luminol, substância que indica a presença de sangue em um ambiente. Debaixo da cama, havia evidência de porte razoável de presença de líquido que, agora, o laudo pericial vai confirmar se tratar de sangue. Vai verificar ainda se é da vítima.
O caso segue em investigação pela DEH (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídios).
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