Detentos iniciaram um tumulto nesta tarde (1º) no presídio de Ponta Porã, cidade há 323 km de Campo Grande. Segundo informações de parentes dos presos, o motivo seria um possível surto de infectados pelo coronavírus entre os internos, conforme relato de familiares.
O refém, conforme apurado seria um agente penitenciário, que está na cela forte com outros três internos.
Parentes de alguns detentos seguem na frente do presídio acompanhando a movimentação. Uma mãe de um preso, que não quis se identificar, disse que está desesperada pois há vários contaminados e outros passando mal. "Eles só querem tratamento", disse á reportagem.
O tumulto iniciou por volta das 15h30. Conforme familiares, os internos pedem a presença da imprensa, advogados e juiz.
Uma outra mulher, cujo marido está preso com outras 19 pessoas na mesma cela, contou que ele está há duas semanas passando mal, sem comer e com falta de ar e que dão apenas paracetamol para ele. "Dois rapazes do pavilhão passaram mal a ponto de desmaiar, mas ao invés de levarem para o hospital, jogam ele com outros. Isso está desumano demais", reclama.
Presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS André Santiago está a caminho do presidio.
Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciária) ainda não confirmou como rebelião, mas informou que está apurando o caso.
Conforme apurou a reportagem, o agente foi pego como refém após o fechamento do banho de sol dos internos por três internos que estão isolados em cela disciplinar. A direção do presídio e o serviço social estão conversando com os presos para identificar o real motivo e o que é solicitado por eles. Um dos internos teria uma série de sanções disciplinares.
A informação é de que o tumulto está ocorrendo apenas nesta cela com os três detentos e de que no restante do presídio o clima esta sob controle.
A Polícia Militar está no local.
Surto- Na quarta-feira (30) uma funcionária do presídio denunciou o possível surto ao Campo Grande News, informando inclusive que não havia mais testes no local e que os detentos testados positivos estavam misturados com outros.
A Agepen, na data negou que houvesse surto e disse que apenas 13 presos estavam com o vírus confirmado e alegou que a "situação atual no estabelecimento penal está sob controle".
Disse ainda em nota que os detentos estavam isolados. O órgão ainda autorizou a ampliação de mais uma hora de sol para os internos e determinou a suspensão das visitas na unidade por 15 dias.
*Matéria alterada às 18h para acréscimo de informação
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