do G1 MS
A Polícia Federal cumpriu os quatro mandados de busca e apreensão expedidos para Mato Grosso do Sul referentes à operação Miquéias, realizada nesta quinta-feira (19) em oito estados, além do Distrito Federal. Porto Murtinho e Ponta Porã, a 454 e 346 km de Campo Grande, respectivamente, foram alvo da ação em MS.
O conteúdo da apreensão não foi divulgado. Segundo a polícia, o objetivo é desarticular organizações criminosas que atuam com lavagem de dinheiro e má gestão de recursos de entidades previdenciárias públicas. Os prejuízos que os crimes causaram aos cofres públicos podem chegar a R$ 300 milhões.
A investigação começou há um ano e meio e detectou irregularidades nos Regimes Próprios da Previdência Social nas prefeituras dos dois municípios do estado. Ainda não há informações sobre quantas pessoas estão sob investigação.
É apurada a utilização de contas bancárias de empresas de fachada, abertas em nome de 'laranjas' que tentavam ocultar os verdadeiros responsáveis pelas movimentações. Durante as investigações, verificou-se a existência de uma holding de empresas que ajudavam na lavagem do dinheiro proveniente de crimes diversos. Os valores ilícitos circulavam pelas contas da quadrilha até serem sacados em espécie.
A PF identificou também o aliciamento de prefeitos e gestores de Regimes Próprios de Previdência Social pelos líderes da organização criminosa. Eles eram convencidos a aplicar recursos em fundos de investimentos geridos pela própria quadrilha. Os prefeitos e gestores eram remunerados com um percentual sobre o valor aplicado e lobistas agiam como intermediadores entre agentes políticos e os criminosos.
Segundo informações da PF, presos e indiciados na operação podem responder por crimes de gestão fraudulenta, operação desautorizada no mercado de valores mobiliários, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e falsidade ideológica.
Comentários