Considerado o Uber dos ônibus, Buser trabalha com parceiras locais
Mais um ônibus da empresa Buser foi apreendido em Campo Grande, pela Agems (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul), durante fiscalização contra o transporte clandestino, que ocorre nesta semana em Mato Grosso do Sul. É o segundo veículo apreendido da empresa que, somente nesta operação, já havia tido uma baixa na manhã de terça-feira (14).
O embarque, que teria início por volta das 23h em um posto de combustíveis na Avenida Costa e Silva, foi frustrado pela equipe de fiscais que monitoravam a ação da empresa. O ônibus partiria com destino à Corumbá, 428km distante da Capital, levando 34 passageiros.
“Além da própria maneira irregular de atuação, durante a fiscalização verificamos muitos riscos ao usuário como pneu careca, falta de extintor e para-brisa trincado, itens fundamentais à segurança das pessoas”, informou o diretor de Transportes, Rodovias e Portos, Matias Gonsales Soares.
A "semana de fiscalização do clandestino", como foi batizada pela Agems, intensifica neste período de festas. “Além de combater o transporte irregular de passageiros tem o objetivo de tirar de circulação veículos em estado precário e que ofereça riscos à população”.
De acordo com Soares, a venda de passagens nas linhas intermunicipais só é permitida às operadoras devidamente autorizadas. “O que ocorre é que algumas empresas têm permissão para fazer apenas fretamento, mas não podem vender passagem individual e realizar viagens no modelo de linha regular. Seja por meio de aplicativo, site ou bilheteria”, explica.
As ações estão voltadas tanto às estradas, quanto ao perímetro urbano, vistoriando documentação e descumprimento das regras do transporte de pessoas. “Essas empresas são autuadas e se for o caso efetuamos apreensões dos veículos”, explica o chefe da fiscalização, Hélio Leite da Silva, no momento em que fazia mais uma autuação de uma van clandestina que chegava de Ponta Porã.
Como as empresas operam - Como a própria Buser se apresenta, “é uma plataforma que intermedeia viagens entre as pessoas que querem viajar e as empresas parceiras de fretamento executivo oferecendo uma alternativa mais barata, melhor e mais segura”. De fato é mais barata e pode ser constatado em um comparativo de valores com as empresas tradicionais no mercado, chegando a custar menos da metade do preço.
Já em relação a qualidade e segurança ainda restam dúvidas. Sobre a segurança, no site de apresentação da empresa a informação é de que são “veículos inspecionados e monitorados por GPS, câmera, além de outros itens de segurança”, porém, itens básicos não foram apresentados à fiscalização estadual.
Já o slogan “do app para a poltrona do ônibus, sem burocracia e sem filas. Quem disse que você precisa de rodoviária para viajar de ônibus?”, não fez jus ao prometido e os passageiros que partiam para Corumbá tiveram que ser realocados em veículo de uma empresa que atende na rodoviária de Campo Grande, tudo custeado pela Buser, segundo o diretor Matias Gonsales.
Arrependimento - A empresária Angélica de Oliveira Anunciato, 31 anos, está com viagem da família marcada para o dia 20 de dezembro com destino à São Paulo e devido às notícias que tem acompanhado pelo Campo Grande News, desistiu de viajar pela empresa e quer o reembolso de R$ 1.799,12, referentes a sete passagens de ida e volta que comprou da Buser via aplicativo. “Estamos muitos preocupados, porque eu não consigo contato com eles [empresa], e o único canal de comunicação é um aplicativo de conversa, mas não respondem nossos chamados”.
De acordo a cliente, o sogro já utilizava dos serviços da Buser e que nunca teve problemas nas viagens que realizou, por isso confiou na empresa. Mas, agora tem percebido que a viagem tão planejada pode estar comprometida. “É a viagem dos nossos sonhos depois dessa pandemia, nos preparamos durante quase seis meses e pagamos à vista, agora não temos a atenção devida, apenas nos enviam mensagens por e-mail alterando o local de embarque e desembarque. Já mudaram pelo menos quatro vezes”, informa.
A reportagem entrou em contato com Buser solicitando posicionamento sobre os fatos, mas até a publicação desta edição não obteve resposta.
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