Carlos Fernandes Soares, 33, é alvo de inquérito que apura o assassinato de esposa de policial aposentado
O TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) confirmou decisões do primeiro grau e decidiu manter preso temporariamente Carlos Fernandes Soares, 33, investigado na morte da “tia” Marcia Catarina Lugo Ortiz, de 57 anos, esposa de policial civil aposentado.
Para o desembargador Ruy Celso Barbosa Florence, da 2ª Câmara Criminal, entendeu que “parece justificada a segregação antecipada do paciente para auxiliar as investigações” uma vez que Carlos, embora alegue ser testemunha do assassinato e que não tenha procurado a polícia por estar sob ameaça, teve atitudes suspeitas após o crime.
A defesa alega que o cliente é réu primário e de bons antecedentes, possui ocupação lícita e residência fixa. Os advogados Matheus Machado Lacerda da Silva e Richard Saymon Santos Durães argumentam ainda que o “sobrinho” de Márcia “é vítima e não um suspeito de ter cometido o crime de homicídio”.
No primeiro pedido de revogação da prisão, a defesa alegou que Carlos está colaborando com as investigações, uma vez que além de prestar depoimento, entregou o celular à polícia para comprovar sua versão e participou de reprodução simulada dos fatos que narrou.
Na decisão do dia 4 deste mês, o desembargador registrou que apesar dos advogados tentarem “fazer crer que o paciente [Carlos Fernandes] foi ameaçado a fornecer a ajuda ao outro investigado [Carlos Henrique Machuca Santareno, o China], essa questão não se encontra devidamente elucidada pelas investigações”.
Ruy Celso Barbosa Florence destacou na decisão que Carlos Fernandes “teria adotado atitudes furtivas, que acenam ser incompatíveis com a versão alegada, como mandar o carro que havia alugado para consertar a funilaria e o estofado, que teriam sido danificados com o disparo na cabeça da vítima, além de se ter ido para cidade de fronteira, esquivando-se, ainda, de comparecer por diversas vezes à polícia, mesmo afirmando que possui muito o quê falar sobre o crime em testilha”.
O homicídio - Márcia Lugo foi encontrada morta no dia 8 de outubro, pouco mais de 12 horas após desaparecer. Com o corpo, que estava debaixo de ponte sobre o Córrego Imbirussu, na BR-262, em Campo Grande, não havia celular ou documentos, apesar de nas imagens de câmera que filmou a mulher voltando a pé para casa, na noite do dia 7 de outubro, ela aparecer com bolsa pendurada no ombro.
Carlos alega que Márcia, a quem chama de “tia”, por consideração, foi morta ao defendê-lo de "China", que supostamente trabalha como cobrador de agiota e que depois de testemunhar a execução, foi raptado por dupla, assistiu à desova do corpo e só não revelou nada sobre o crime a ninguém, porque estava sob constante ameaça.
A prisão de Carlos Fernandes foi decretada e cumprida no dia 15 de outubro e tem validade de 30 dias.
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