Em apenas um ferro-velho, na Avenida Weimar Torres, havia 1,3 tonelada de cobre sem procedência
Três empresários, donos de ferros-velhos, foram presos hoje (15) em Dourados, a 251 km de Campo Grande, durante operação policial para desmontar esquemas de tráfico de drogas e de receptação de fios de cobre furtados.
Nos três estabelecimentos (dois localizados no Jardim Itália e o terceiro na Cabeceira Alegre), os policiais encontraram pelo menos 1.400 quilos de fios de cobre e de alumínio sem procedência definida, com forte suspeita de terem sido furtados de obras particulares e da rede de iluminação pública.
Com apoio da Polícia Militar e da Guarda Municipal, policiais civis saíram às ruas hoje cedo para cumprir 12 mandados de busca e apreensão e mandados de prisão, expedidos pelo juiz Deyvis Ecco, da 2ª Vara Criminal de Dourados.
Guilherme Assunção Vieira, 24, foi preso no Ferro-Velho Boa União, localizado na Rua São Francisco. No local os policiais encontraram 20 quilos de fio de alumínio encapados, com suspeita de terem sido furtados e revendidos ao ferro-velho.
O empresário alegou que há pelo menos seis meses, seu tio teria desmanchado uma casa e levado os fios para o depósito, para venda futura. Os fios foram apreendidos e Guilherme levado para a 1ª Delegacia de Polícia Civil, onde foi autuado em flagrante por receptação.
Já no Ferro-Velho do Luiz, localizado na Rua Independência, também no Jardim Itália, os policiais prenderam o comerciante Luiz Paulo dos Santos Bazilio, 32. No estabelecimento foram encontrados 64 quilos de fio de cobre de 10 milímetros e 6,1 quilos de fios diversos.
Quando os policiais chegaram ao local, apenas a mulher de Luiz estava no ferro-velho. Avisado por telefone, o comerciante foi à empresa, mas não soube explicar a procedência dos fios. O ferro-velho foi interditado pelos fiscais da prefeitura que acompanham a operação, já que o estabelecimento não possui alvará de funcionamento.
A maior parte dos materiais apreendidos foi encontrada no Ferro-Velho Jota Jota, um dos mais conhecidos de Dourados, localizado na Avenida Weimar Gonçalves Torres, na região leste da cidade. O dono da empresa, Jovanni Juveni da Silva Viel, 31, foi preso em flagrante.
Pelo menos 1.300 quilos de fios de cobre foram apreendidos no estabelecimento. Os policiais também encontraram 57 baterias de gel, usadas na rede de telefonia celular, todas novas. Cada uma vale pelo menos R$ 1.800.
Vovó do tráfico – Na Rua Brasil, no Parque das Nações I Plano (região leste da cidade), os policiais prenderam Arminda Galiano Palácio, 64. Mesmo cumprindo pena em regime semiaberto, ela continuava vendendo droga em casa.
A movimentação intensa de usuários de drogas no local chamou a atenção da polícia. Os investigadores descobriram que Arminda vendida de 300 a 500 gramas de pasta-base de cocaína por semana.
Quando foram ao local hoje cedo para cumprir o mandado expedido pelo juiz, policiais da 2ª DP tiveram de arrombar o cadeado do portão, já que a moradora se recusava a permitir o acesso. Arminda estava na casa na companhia da neta de 5 anos de idade.
Ela negou a existência de droga, mas durante as buscas os policiais encontraram 11 porções de pasta-base escondidas numa pilha de telhas. A droga estava fracionada para a venda a varejo. Também foram apreendidos R$ 715,00 em dinheiro.
Arminda admitiu que vendia cada porção por R$ 20. A neta dela foi deixada com uma tia e a moradora levada para a delegacia, onde está presa.
Plantão – O delegado Erasmo Cubas, chefe do SIG (Setor de Investigações Policiais) e coordenador da operação de hoje, disse que as duas atividades criminosas estão interligadas.
Usuários de drogas furtam os fios, repassam aos ferros-velhos e utilizam o dinheiro para comprar entorpecentes. Sem citar o nome, o delegado disse que um dos estabelecimentos mantinha até plantão para receber os produtos furtados fora do expediente normal.
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