O governo Wilson Martins usufruiu de um relativo período sem oposição. Pelo menos na Assembleia Legislativa. Com a maioria dos deputados estaduais ao seu lado, os federais e os senadores, incluindo os parlamentares do PT, o governo literalmente ditou as regras.

Bem diferente dos momentos vividos por Wellington Dias quando comandou o governo do Estado. Não era raro ver os então senadores Heráclito Fortes e Mão Santa utilizarem a tribuna para criticar as ações do PT no Piauí. Wilson não teve fortes adversários.

Ao parece, sem adversário externo, o próprio governo de Martins acabou por ser seu próprio adversário. O Capital Teresina publicou uma matéria revelando os aumentos de gastos da Governadoria. O jornal Diário do Povo foi além e analisou os números referentes às compras de supermercados, descritos numa licitação para tanto. Os produtos incluem chicletes Tridents, para qual o governo fez a previsão de gastar R$ 356,40 por mês (R$4276,80 por ano). O gasto com hidratante para o corpo seria de R$ 1.055,80.

É impossível não se indignar com a compra de itens de uso pessoal por parte de um ente público. A licitação permitiria gastar R$ 6,5 milhões com esses itens em um ano. Existe algo errado com a forma que se administra o dinheiro público.

Ainda se percebe, claramente, muitas benesses e a existência de uma extensa conta que o povo precisa pagar. Esses gastos podem ser legais aqui, mas seriam imorais em países sérios.

Ou são fruto da miopia e incompetência de um governo que não percebeu o que o povo está pedindo nas ruas, ou são resquícios da leviandade política que assola o nosso Estado. Não sabemos o que pode ser pior.

fonte: Folha Política