Política

Mesmo na véspera, em Sidrolândia tem eleitor que desconhece quem é candidato

Sidrolândia terá eleições no domingo, mas clima na cidade é de como se fosse um dia qualquer (Foto: Paulo Francis) Sidrolândia terá eleições no domingo, mas clima na cidade é de como se fosse um dia qualquer (Foto: Paulo Francis)

Além de campanha limitada por restrições da covid, houve até troca de vice de última hora

Prefeito eleito que não pode assumir por cair na 'ficha suja', nova eleição e pouca motivação. Esse é o aparente cenário do pleito marcado para domingo (13) em Sidrolândia - cidade localizada a 71 km de Campo Grande - e que vai definir o novo prefeito do município, que após 'boom' recente se tornou um dos mais povoados do Estado.

A reportagem do Campo Grande News foi à Sidrolândia conversar com alguns eleitores nas ruas e conferir o movimento. O que foi encontrado lá foi um panorama de tranquilidade e poucos carros adesivados estacionados nas principais vias.

"Não sabia nem qual dia ia ser essa eleição e só sei que vai ter um homem e uma mulher disputando", comenta a dona de casa Neusa Garcete, de 62 anos, moradora da Agrovila, uma das poucas pessoas encontradas nas ruas da cidade nessa tarde chuvosa.

Já a zeladora Patrícia Carretone destaca que seu principal problema nessa eleição é a indecisão. Ela frisa que tinha escolhido um dos candidatos, mas desistiu e acredita que o outro é melhor opção e quem vai ganhar. "Não escolhi ainda, mas vou ter que votar. Eu não queria ter que ir, não", confessa.

A indecisão também paira sobre Maria Valdeci Martins. "Não tenho 100% de certeza em quem vou votar. Os candidatos estão sem projeto, só criticam e se atacam. Fica aí a dúvida na cabeça do eleitor", comenta a mulher, revelando ainda que em sua família há outros eleitores, todos eles indefinidos. "Ainda estamos confusos".

Haja confusão - E essa confusão, em partes, pode ser gerada pelo próprio próximo confuso. Em 2020, o eleito foi Daltro Fiuza (MDB), que não pode assumir pois seu recurso na Justiça Eleitoral foi indeferido, obrigando uma nova eleição.

Fiuza, então, indicou sua mulher Josi para ser vice de Vanda Camila (PP), prefeita interina e que vai concorrer na eleição suplementar contra Enelvo Felini (PSDB), ex-prefeito que tinha Moacyr de Almeida (Patri) como seu candidato a vice.

Contudo, Moacyr morreu de complicações da covid-19 nessa semana, sendo substituído no momento por Lúcio Basso (DEM), filho do ex-prefeito Ari Basso. Só que ontem o Patri não abriu mão da vaga e indicou o médico Sérgio Ocampos como vice na chapa.

Aliado a isso, a campanha foi bastante restrita por causa da covid-19, com acordo entre candidatos e Ministério Público proibindo a realização de comícios e reuniões com grande volume de pessoas, desrespeitando as normas vigentes de biossegurança no município.

Eleição garantida - Conforme o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de Mato Grosso do Sul, apesar da mudança no Prosseguir da bandeira vermelha para a cinza em Sidrolândia, as eleições de domingo estão garantidas na cidade, das 7h às 11h. Todos os mesários e servidores envolvidos estarão vacinados.

Além disso, a expectativa é que os eleitores fiquem no máximo 15 minutos esperando para votar - o uso de máscara é obrigatório, e há recomendação de cada um levar sua própria caneta, inclusive usando a parte traseira dela para teclar na urna eletrônica. A previsão é que até às 19h a apuração seja concluída.

Contudo, há quem encare a situação com desconfiança e veja a realização da eleição como desnecessária nesse momento. "É errado fazer isso agora. Para político as coisas estão liberadas, mas depois acaba e para o povo fica o tal lockdown. Por isso tem tanta gente indecisa e desmotivada ainda", opina o mototaxista Andrei Jesus dos Santos.

Apesar desse panorama, o auxiliar de pedreiro Paulo Carrale revela que sua expectativa é que essa eleição resulte na vitória de um candidato que administre melhor a cidade. "Se todo mundo se cuidar, não vai ter problema na pandemia e teremos paz".

Outra entre as poucas pessoas encontrada nas ruas de Sidrolândia, Michele Soares, feirante de 64 anos, já espera que as eleições ganhem uma 'pimenta' nessa reta final. "Acho que tem alguma bomba para explodir ainda. Vai dar algum BO. As pessoas não olham para o lado, só para a situação delas", comenta.

Mesmo com essa expectativa de Michele, o juiz eleitoral Claudio Muller tratou o pleito como tranquilo, havendo apenas uma ocorrência em que 7 mil exemplares de um jornal de Aquidauana atacando um dos candidatos, foi apreendido após circular em Sidrolândia.

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