O presidente da Assomasul, Douglas Figueiredo (PSDB), recebeu no final da tarde de segunda-feira, o governador André Puccinelli (PMDB) e representantes da classe médica para discutir, entre outros assuntos, a proposta do governo federal de contratar médicos estrangeiros para atender nos municípios brasileiros.
Participaram do encontro, ocorrido no plenário da Assomasul, o presidente do Conselho Regional de Medicina, Luiz Henrique Mascarenhas, o presidente da Associação Médica de MS, Fábio Magalhães, e o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado, Marco Antônio Leite.
Além da questão da contratação dos médicos locais, a maior preocupação dos prefeitos é com a possibilidade de contratação dos profissionais vindos de fora do País, como deseja a presidente Dilma Rousseff.
Durante o encontro, o governador André Puccinelli se colocou à disposição dos prefeitos e da classe médica no sentido de encontrar uma saída para esse impasse.
Particularmente, André disse que a proposta do governo é inviável, é inócua. Ele disse que no dia seguinte iria a Brasília tentar uma audiência com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para discutir esse e outros assuntos.
“Meu intento não é contraditar com o governo, é dizer que é inexequível essa prática, a contratação de médicos espanhóis e cubanos não dar certo, vai ser inócua”, condenou o governador, ao defender o que chamou de parceria “triunviral” entre o governo, a Assomasul e as entidades representativas da classe médica a fim de intermediar uma conversa com o Palácio do Planalto.
As entidades que representam a categoria explicaram os problemas que tal medida pode causar e mostraram os números que apontam a demografia médica no Brasil e em algumas cidades do Estado.
De acordo com os dados mostrados pelo presidente do CRM, o problema da saúde não se resolverá com quantidade e sim com qualidade, ou seja, não é preciso trazer médicos de outros países e sim fazer mais investimentos para que possa ser realizado um atendimento a contento.
“Temos médicos de sobra no Brasil, o que precisamos é de uma política que incentive estes profissionais a irem para o interior”, explicou Mascarenhas. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos, a carreira de estado seria a solução para grande parte deste problema. “Há anos lutamos para a implantação de uma carreira de estado e até agora não tivemos nenhuma resposta, esta ação certamente solucionaria os problemas relacionados à saúde, no que diz respeito à falta de médicos”, disse Marco Antônio Leite.
O presidente da Associação Médica, Fábio Magalhães, ressaltou que esta ação possivelmente acabaria com a dificuldade de falta de profissionais no SUS (Sistema Único de Saúde).
O presidente da Assomasul disse que a reunião foi um ato inédito e muito importante para que se resolva a questão da saúde nos municípios. “Criaremos uma comissão entre prefeitos e entidades para juntos traçarmos as melhores ações. Tenho certeza que sairemos deste encontro maiores e mais maduros”, previu.
fonte: Dourados Agora
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