Produtores de Mato Grosso do Sul cada vez mais têm aderido aos sistemas de integração, sendo o Estado o maior do País em áreas integradas entre lavoura, pecuária ou floresta, com 2.085.518 hectares, segundo pesquisa da Rede de Fomento ILPF (Integração-lavoura-pecuária-floresta), com dados da safra 2015/2016.
A principal modalidade é a combinação entre lavoura e pecuária, que corresponde a quase dois milhões de hectares, segundo estimativa da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), e deve atrair cada vez mais produtores devido aos ganhos de lucratividade e benefícios para o meio ambiente.
O diretor executivo da Fundação MS, Alex Marcel Melotto, acredita que a tendência é de crescimento de 15% ao ano na integração pecuária-lavoura, principalmente na região conhecida como “novas fronteiras agrícolas” (em torno de Campo Grande, Anaurilândia, Nova Andradina, Bonito, Jardim, Bela Vista e Bataguassu). “Tais regiões tem apresentado redução nas áreas de pastagens degradadas por meio da substituição destas por lavouras, e em seguida aumento da área de integração lavoura e pecuária”, detalha.
O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Valdemir Antônio Laura, diz que essa é a modalidade preferida do produtor no Estado devido à vocação regional, ligada ao cultivo de agricultura e pecuária. “Ainda há uma falta de tradição do cultivo de florestas no Estado. Os produtores, principalmente de soja, em plantio direto, sempre semeiam uma vegetação de cobertura do solo para o inverno, que é dessecada, normalmente em outubro, para o plantio direto. A semeadura de uma forrageira permite fornecer alimento de alta qualidade para o rebanho em um momento de escassez de pastagens, aproveitando assim a área e cumprindo a função de cobertura de solo”, explica.
Segundo levantamento da Famasul, a integração lavoura e pecuária é utilizada por 99% dos agricultores e 83% dos pecuaristas do Estado que realizam algum tipo de integração em sua produção.
Benefícios
Entre as vantagens de optar pela integração está a diversificação da produção e aumento de lucros, além de ganhos para o meio ambiente, com maior conservação do solo, água e sequestro de carbono.“Em termos econômicos, as diferentes combinações podem propiciar aumento de renda para o produtor rural, pois haverá mais de um produto para ser comercializado a partir de uma mesma área. Por exemplo, na integração lavoura-pecuária, as pastagens se beneficiarão da adubação residual da lavoura, permitindo o crescimento de um capim que vai aceitar uma carga animal maior, desta forma, haverão mais animais sendo produzidos”, diz o consultor da Famasul, Clóvis Tolentino.
Alex complementa dizendo que “vale lembrar que esse crescimento gera produtividades bovinas bem acima daquelas nas áreas de pastagens em degradação (situação anterior), uma vez que a área cultivada com capins após agricultura está com alta fertilidade e capacidade de suporte para as plantas”.
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