O Ministério da Saúde lançou, na quinta-feira (23), campanha nacional que alerta para a importância do tratamento para tuberculose.
O lançamento marcou o Dia Mundial da Tuberculose e fortalece o compromisso do governo brasileiro com a Organização Mundial de Saúde de combate à doença.
A meta é, até 2035, diminuir o número de casos para 10 em cada 100 mil pessoas por meio do diagnóstico precoce e tratamento contínuo de no mínimo seis meses.
Neste ano, a campanha de alerta terá como slogan "Todos juntos contra a tuberculose". O objetivo é sensibilizar a população sobre a importância de aderir e completar o tratamento contra a doença.
Além disso, está em elaboração, no Ministério da Saúde, o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose, documento que define indicadores e ações para reduzir a incidência da doença na população brasileira, que hoje atinge 32,4 entre 100 mil habitantes.
Para 2017, está prevista a distribuição de 70 novos equipamentos, com capacidade para realizar, inicialmente, 250 mil testes.
Os equipamentos serão distribuídos de acordo com critérios técnicos e operacionais para municípios brasileiros.
Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose
O plano define indicadores para monitoramento das ações de estados e municípios e é dividido em três pilares: prevenção e cuidado integrado e centrado no paciente; políticas públicas arrojadas e sistema de apoio; e intensificação de pesquisa e inovação.
Esse controle passará a ser feito com base em indicadores relacionados à detecção, ao diagnóstico, à coinfecção TB-HIV, à conclusão do tratamento e aos casos de tuberculose latente, sensível e drogarresistente.
"Só conseguiremos eliminar a tuberculose no Brasil a partir de ações integradas entre os diferentes atores da sociedade, por isso a importância de um plano que reúna todas as orientações", destaca a coordenadora do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, do Ministério da Saúde, Denise Arakaki.
Tratamento contínuo
Em 2016, foram registrados 66,7 mil casos novos e 12,8 mil casos de retratamento (abandono ao tratamento) de tuberculose no Brasil.
No período de 2007 a 2016, o coeficiente de incidência da doença apresentou uma variação média anual de -1,7% e passou de 37,90/100 mil habitantes, em 2007, para 32,4/100 mil habitantes, em 2016.
A redução da incidência nos 10 anos foi de 14,1%. A meta até 2035 é ter a incidência menor que 10/100 mil habitantes.
Em 2014, o Ministério da Saúde implantou no País a Rede de Teste Rápido para Tuberculose (RTR-TB), que utiliza a técnica de biologia molecular PCR em tempo real.
O teste detecta a presença do bacilo causador da doença em duas horas e identifica se há resistência ao antibiótico rifampicina, um dos principais medicamentos usados no tratamento.
Foram distribuídos 160 equipamentos para laboratórios de 92 municípios, em todas as unidades da Federação. Os municípios escolhidos notificam, anualmente, cerca de 60% dos casos novos de tuberculose diagnosticados no País.
O Brasil conseguiu atingir as Metas dos Objetivos do Milênio (ODM) de combate à tuberculose com três anos de antecedência e, em 2015, aderiu ao compromisso global de redução de 95% dos óbitos e 90% do coeficiente de incidência da doença.
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