O funkeiro Mr. Catra, 49, divulgou no mês de dezembro do ano passado que está com câncer de estômago. Na época, ele revelou que o tumor foi descoberto no início de 2017 e que ele já estava em tratamento, com uma cirurgia marcada para o mês de janeiro.
A cirurgia foi cancelada e algumas pessoas chegaram a questionar o estado de saúde do cantor. Na última terça-feira (3), ele acalmou os fãs. Publicou nas redes sociais que está bem, e falou sobre o tratamento:
“(...) meu tratamento está indo de vento em poupa [sic], e se tudo continuar indo assim, em breve estarei curado. Tudo graças a Deus, aos médicos e às orações que estou recebendo. Espero poder viver o suficiente para fazer o que mais amo nesse mundo, que é cantar e deixar todos os meus filhos muito bem encaminhados.”
Câncer de estômago
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de estômago é o quarto mais comum entre os homens no Brasil. Está atrás apenas do câncer de próstata, pulmão e intestino.
A estimativa do INCA é que sejam confirmados 21.290 novos casos de câncer de estômago no Brasil durante todo o ano de 2018. Destes, 7.750 serão em mulheres e 13.540 em homens.
No caso das mulheres, este tipo de tumor é o sexto mais comum. Está atrás do câncer de mama, intestino, colo do útero, pulmão e tireoide, nesta ordem.
É um câncer mais comum em pessoas mais velhas. Em cerca de 65% dos casos, os pacientes têm mais de 50 anos, sendo ainda mais comum por volta dos 70.
Um dos grandes problemas é que o câncer de estômago costuma ser assintomático. De acordo com o oncologista Bruno Santucci, diretor técnico do Instituto Hemomed de Oncologia e Hematologia, a dor só fica mais forte à medida que o tumor vai crescendo, o que dificulta muito o diagnóstico precoce.
“Dificulta porque coincide com a vida tumultuada dos dias de hoje. Todo mundo tem um pouquinho de dor de estômago e ninguém leva muito em consideração. Ninguém pensa que pode ser alguma coisa mais séria, acha que é porque comeu alguma coisa diferente ou porque está muito estressado”, explica o oncologista.
Cirurgia é o principal tratamento
A cirurgia é a principal forma de tratamento de câncer do estômago. Segundo o INCA, esta é a única chance de cura. O procedimento pode ser feito tanto para retirar parte do estômago, quanto para retirar o órgão todo.
Neste caso, o esôfago é ligado diretamente ao intestino grosso, que assume a responsabilidade pela digestão.
O oncologista explica que, sem o estômago, digestão fica prejudicada e alguns nutrientes deixam de ser absorvidos. “O paciente precisa fazer uma adaptação no estilo de vida, principalmente na alimentação, para fazer a reposição desses nutrientes”, afirma.
Em junho do ano passado, no Congresso Americano de Oncologia, que aconteceu em Chicago, nos Estados Unidos, foi aprovada uma nova forma de tratamento.
“Antes, normalmente, o médico indicava a quimioterapia ou a radioterapia apenas depois da cirurgia. A indicação, agora é fazer um desses tratamentos antes e depois do procedimento cirúrgico. De acordo com os estudos apresentados no congresso, essa mudança representou um aumento na sobrevida e também na qualidade de vida do paciente”, explica Bruno Santucci.
Segundo o oncologista, as pesquisas também avançam no sentido de usar a imunoterapia, remédios injetáveis que, diferente da quimioterapia, não atacam as célular cancerígenas, eles fortalecem o sistema imunológico para que ele seja capaz de atacar, “o que causa menos efeitos colaterais”.
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