Saúde

Casal vai para o CTI junto, tem filho e se recupera da Covid

Adriana, que estava grávida, e Jenilson pegaram covid, foram internados no CTI do Regional e tiveram o pequeno Alexandre

Jenilson, Adriana e o pequeno Alexandre (Foto: Arquivo Pessoal) Jenilson, Adriana e o pequeno Alexandre (Foto: Arquivo Pessoal)

Imagine de uma hora para outra ver o sonho de ter uma família ameaçado pela Covid-19. Aqui em Campo Grande, uma história surpreendente, mas com final feliz, assustou três membros de uma família e quase transformou a expectativa por um novo filho em luto.

Adriana Freitas Gama e Jenilson Alexandre dos Santos, ela cabeleireira, ele motorista de aplicativo. Ambos tiveram coronavírus, foram internados quase juntos no CTI do Hospital Regional. O mais assustador: Adriana estava grávida e teve o bebê durante a internação.

Adriana conta que passou os piores dias de sua vida, sem saber se o filho teria um pai, uma mãe ou até o pior se passaria a doença para a criança. “Foram dias que não consegui pensar em nada a não ser que tínhamos que sobreviver”.

Jenilson é quem ficou pior. Ele passou mal no dia 11 de agosto de 2020, foi para uma UPA e no mesmo dia foi transferido para o Hospital Regional. O motorista ficou 21 dias internado, sendo 10 dias intubado no CTI. Ele chegou a ficar com 80% do pulmão comprometido.

Adriana, no fim de sua gravidez, mal teve tempo de ficar angustiada com a situação do marido. Dois dias depois teve sintoma e também teve de ser internada.  Ela foi internada no dia 14 de agosto e já teve de fazer o parto para evitar maiores complicações já que os médicos não sabiam como  a doença iria evoluir.

O terceiro drama foi a necessidade de ficar longe do filho recém-nascido durante 14 dias somado ao fato de ver de perto a luta do marido pela vida. “Nós ficamos parte da internação no CTI lado a lado. Jenilson ficou muioto debilitado. Depois que vi que eu estava bem e que o bebê também ficaria, só pensava nele”, conta Adriana.

Adriana teve 12 dias depois de ser internada. O bebê saiu após 14 dias. Já Jenilson só pôde ficar perto do filho e esposa em casa depois de longos 30 dias.

“Ele ficou com sequelas. Tinha muita dificuldade de andar, não conseguia pergar o Alexandre (filho) no colo para ter uma ideia”.

Atualmente todos já voltaram para suas respectivas atividades: ela no salão de beleza e ele levando passageiros para vários pontos de Campo Grande. “Temos certeza que recebemos uma nova chance, passamos por isso juntos e vamos continuar juntos”, conclui Adriana.

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