A partir de 2019, a parceria entre Brasil e Moçambique vai permitir que a Sociedade Moçambicana de Medicamentos (SMM) dobre a produção de remédios.
Com capacidade técnica para produzir 10 tipos de medicamentos diferentes para o tratamento de doenças como diabetes, hipertensão, doenças mentais e inflamações, a fábrica também vai fornecer 150 milhões de comprimidos de paracetamol ao país.
Para o embaixador do Brasil em Moçambique, Rodrigo Baena Soares, esse tipo de cooperação também é importante porque ajuda no desenvolvimento de técnicas e impulsiona a geração de conhecimento também no Brasil.
Ele também listou outras cooperações entre os dois países, como o banco de leite que está para ser inaugurado; o projeto de agricultura em áreas de savana; e o projeto de produção e processamento de algodão.
De acordo com o diretor da SMM, Evaristo Madime, outros cinco remédios poderão ser fabricados, pois os governos dos dois países decidiram procurar outros tipos de parcerias estratégicas para alargar o portfólio da sociedade.
"O primeiro foco é a produção de medicamentos para o Serviço Nacional de Saúde, ou seja, medicamento hospitalar.
Todavia, pouco a pouco nós estamos a entrar com o medicamento para o setor privado, seja para as farmácias e também distribuição pelas clínicas de serviço privado de saúde", afirma.
A cooperação entre Brasil e Moçambique nessa área foi iniciada em 2003 motivada pela elevada taxa de HIV/Aids entre a população moçambicana.
Por meio do acordo, o Brasil leva para o País a experiência do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
"Em capacitação técnica ninguém aqui sabia produzir medicamentos e hoje já podemos dizer, com muito orgulho, que temos técnicos moçambicanos que sabem produzir medicamentos, que sabem gerir todo o processo para produzir medicamentos.
Nós alcançamos mais de 30 mil horas aulas de capacitação de pessoas ao longo desses anos", diz Madime.
Em 2012, a fábrica da sociedade entrou em operação, sendo a primeira 100% pública de Moçambique. Além de contribuir com a capacitação de moçambicanos, o projeto também beneficia a população ao fornecer remédios para o Serviço Nacional de Saúde.
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