Saúde

Com sintomas gripais, crianças são pacientes mais comuns nas UPAs

Junto ao filho, mãe espera atendimento na UPA do Universitário, nesta manhã. (Foto: Marcos Maluf) Junto ao filho, mãe espera atendimento na UPA do Universitário, nesta manhã. (Foto: Marcos Maluf)

Capital

Público infantil também é maioria entre os internados com sintomas respiratórios graves

Com a possível circulação de novas variantes da influenza e coronavírus em Mato Grosso do Sul, as unidades particulares e públicas de saúde têm recebido um aumento expressivo de pacientes com sintomas gripais, comuns nas duas doenças - covid-19 e a gripe -, especialmente o público infantil.

Equipe de reportagem do Campo Grande News verificou na manhã desta quarta-feira (12), a presença de muitas crianças, acompanhadas de pais ou responsáveis, dando entrada em UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) em Campo Grande, que relataram sentir, em geral, febre alta, coriza, tosse e dores no corpo e cabeça.

Na UPA do Bairro Coronel Antonino, o fluxo de pessoas era menor por volta das 9h, mas com pacientes tossindo e muitas crianças.

A dona de casa Gabriela de Lima, de 22 anos, veio junto ao marido, Paulo Ricardo, 28, trazer a filha, de sete meses. Nesta madrugada, ela apresentou sintomas fortes e, segundo os pais, chegou a ter 40 graus de febre. “Ela também tossiu e teve coriza, levamos na UPA para que ela fosse consultada.”

Gabriela e Paulo estão em dia com a vacinação, mas se preocupam em estar em um ambiente com casos suspeitos, já que podem levar o vírus para familiares, como a mãe, que tem 54 anos.

Neste local e em outros, foi verificada a instalação de tendas do lado de fora dos postos de saúde, para que a triagem de pacientes seja feita. A partir daí, entram no prédio e aguardam atendimento de médicos.

Na UPA do Bairro Universitário, havia dezenas de pessoas, nesta manhã, esperando por atendimento, sobretudo crianças.

O mecânico Vinicius Gimenez, de 22 anos, levou a filha, de dois anos, que sentia febre, tosse e tinha coriza. Ele diz que ela tem muito contato com o irmão, de seis anos, que também vem apresentando tais sintomas há pelo menos dois dias. “Eles são cuidados pela mesma babá, então, passam bastante tempo juntos”.

A Elizabeth Araújo, de 27 anos, levou a filha, de oito meses, com problemas semelhantes aos demais, estes, que vem sentindo desde segunda-feira. “Ela tem contato com o irmão, todos eles tiveram sintomas de gripe. Um menino de quatro anos, um de 10 e outro de 12 anos”.

A mãe narra que trouxe o filho mais novo na quinta-feira passada, por volta das 11h, e só teve atendimento às 14h. “Era caso prioritário, ele estava sentindo 40 graus de febre”, reclama. Já os demais foram em outro posto de saúde e, depois de tomar remédio para aliviar sintomas gripais, melhoraram.

Elizabeth nota que muitas crianças têm dado entrada em unidades de saúde e espera que, assim como ela e o filho mais velho, todos possam se vacinar contra a covid-19 o quanto antes. “Estou esperando para poder vacinar logo os filhos contra a covid, finalmente”, finaliza.

Público infantil - Atualmente, o Brasil só aplica vacinas contra a covid-19 a pessoas de 12 anos ou mais. Já as de gripe são aplicadas em indivíduos a partir dos seis meses de idade.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já permitiu a ampliação das doses anticovid a quem possua mais de cinco anos de idade, a partir de uma dosagem diferente das vacinas da Pfizer, há quase um mês, mas calendário do Ministério da Saúde só prevê a chegada de tais fármacos aos municípios brasileiros no sábado (15).

Conforme previsão da SES (Secretaria Estadual de Saúde), a vacinação do público de menor idade poderá ocorrer a partir deste final de semana.

Entretanto, vale ressaltar que deverão chegar, nesta primeira remessa, ao menos 14,5 mil doses - sendo que o público total estimado é de mais de 201 mil crianças.

Cada município define seu próprio cronograma vacinal e, desta forma, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande faz a definição para o município, que ocorre a partir do recebimento, “não sendo possível informar com exatidão quando começará ou qual será o público que será atendido prioritariamente''.

Conforme apurado pelo Campo Grande News ontem, das 140 pessoas internadas ou que já ocuparam leitos privados ou públicos em Mato Grosso do Sul por causa de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), sendo eles de terapia intensiva ou clínico, ao menos, 23 eram crianças entre zero e 10 anos de idade.

O levantamento indica que esta é a maior população que precisou de hospitalização por causa de sintomas respiratórios graves, causados por uma série de vírus, principalmente os influenza e coronavírus, em 2022.

Mato Grosso do Sul já confirmou mais de 9,7 mil mortes por covid-19, desde março de 2020. Dessas, ao menos 22 eram de pacientes com menos de 20 anos.

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