Reduzir gordura ou reduzir carboidratos. Essas são as dietas mais famosas que “garantem” resultados significativos. No entanto, um estudo publicado recentemente no JAMA Journal provou que a perda de peso é possível independente da dieta escolhida; pelos menos é o que dizem os pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, responsáveis pela pesquisa. De acordo com eles, ao contrário da crença geral, a genética exerce pouquíssima influência na escolha da dieta. Evitar alimentos processados, comer comida caseira e consumir mais alimentos integrais também não significam, necessariamente, maior perda de peso.
Para chegar a essa conclusão, durante um ano, os pesquisadores observaram a dieta de 600 voluntários, com idades entre 18 e 50 anos. Para participar da pesquisa, eles passaram por teses genéticos e uma bateria de exames para determinar os níveis de tolerância à glicose e sensibilidade à insulina, já que alguns cientistas acreditam que esses fatores podem interferir na dieta. Outra exigências foram não fazer uso de medicamentos para diabetes ou hipertensão e variação de peso entre os participantes, embora a maior parte tenha sido composta por pessoas obesas.
Após essa primeira fase de seleção, os participantes foram designados de forma aleatória para dietas com baixo teor de gordura ou baixo teor de carboidratos. Nas primeiras oito semanas, eles foram aconselhados a reduzir a ingestão de gordura ou carboidrato (dependendo da dieta designada) para, em seguida, ir adicionando maiores quantidades até chegarem ao nível adequado para manter uma dieta de longo prazo. Outras recomendações foram a redução de açúcar, de farinha refinada e gordura trans, além de comer comida caseira e consumir mais vegetais e alimentos integrais.
Mesmo seguindo dietas diferentes, os resultados gerados foram muito similares. Ao longo dos 12 meses, o grupo com baixo teor de carboidratos havia perdido, em média, 13 quilos, em comparação com 11,5 quilos no grupo de baixo teor de gordura. Para os pesquisadores, essa não é uma diferença significante.
Ao observar os resultados, os autores também perceberam que a sensibilidade à insulina não interfere na perda de peso, já que as pessoas que secretavam mais ou menos insulina não perdiam mais ou menos peso em geral, independente da dieta seguida. O mesmo foi concluído acerca da genética: ela não é determinante para a escolha da melhor dieta a seguir. Outra questão observada foi que, mesmo recebendo recomendações para evitar alimentos processados, comer mais alimentos integrais e se alimentar mais em casa, não foi possível provar que seguir essas orientações interferem na perda de peso.
Diante destes dados, os pesquisadores concluíram que não existe uma dieta superior a outra, embora para alcançar resultados significativos seja necessário modificar a alimentação. Além disso, independente dos conselhos encontrados em canais do YouTube ou em blogs, a melhor dieta é aquela que pode ser mantida a longo prazo e sem prejuízos à saúde.
Comentários