Oito pacientes renais que estavam internados no Hospital da Vida precisaram ser transferidos após serem flagrados sem água e comida durante vistoria liderada pela Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, que constatou situação caótica na unidade hospitalar e alertou sobre uma possível intervenção no município.
Segundo a 4ª Regional de Dourados do órgão, a transferência de 8 dos 17 pacientes que estavam internados no setor de nefrologia foi necessária após a defensora pública Mariza Fátima Gonçalves, representantes do Ministério Público Estadual, Defensoria Pública da União, OAB/MS e vereadores do município constatarem o estado caótico a qual se encontrava a unidade de saúde, em uma visita realizada no dia 8 de agosto.
A Defensoria afirma que esses pacientes “estavam há mais de um dia sem ingerir água ou alimentos, aguardando diagnóstico e sem nenhuma informação da equipe atuante no hospital”, e “além disso, também foram encontrados pacientes que relataram dores há pelo menos 3h e sem medicamentos”.
“A Defensoria Pública trabalha diuturnamente para garantir os direitos individuais e coletivos desses assistidos. Além das transferências, realizamos outros sete atendimentos de pacientes que estavam em situações precárias ou mal assistidos no hospital. Eles receberam orientações jurídicas e foram aconselhados a irem até a sede da Defensoria para outras providências”, revelou a defensora Mariza, que atua em auxílio à coordenadora, a também defensora pública Inês Batisti Dantas Vieira.
Em um dos casos apurados no local, paciente levado pelo Corpo de Bombeiros ao hospital às 17h30 com fratura na coluna e trauma no abdômen permaneceu até às 21h sem receber medicamentos ou tratamento.
“A situação caótica, conforme a defensora, se instalou devido a uma dívida milionária da unidade de saúde, o que acarretou no não pagamento de fornecedores. Serviços essenciais, como exames em área verde, amarela e vermelha, estão sendo suspensos. Também faltam médicos, insumos básicos e ainda existem atrasos de pagamento e escalonamento de salário de profissionais, o que provoca péssimas condições do serviço oferecido à população”, detalhou o órgão em seu site institucional.
Em reunião realizada posteriormente, as partes envolvidas deliberaram por revisar as pactuações entre outros hospitais e deram prazo até o final deste mês “para que a situação seja resolvida antes que medidas judiciais sejam tomadas, como por exemplo, a intervenção do Estado no município”.
Comentários