Cidades

Quase 20% da população não tomou vacina contra gripe, no último ano, e parte buscou imunizante na rede privada

Em Mato Grosso do Sul, cerca de 142,5 mil doses desatualizadas de vacina contra a gripe serão substituídas por novos imunizantes – específicos da nova cepa do vírus influenza H3N2, a Darwin. A previsão é de que nova campanha seja iniciada a partir da segunda quinzena de março.

O secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, afirma que foram elaboradas estratégias para aplicar o máximo de doses, a fim de evitar perdas, e que a troca é feita anualmente. “Todo ano, muda a vacina, conforme as cepas começam a atualizar. Todo ano é feito o descarte, após o uso, de toda a vacina e após o aprimoramento, que atualiza as cepas que estão mais presentes no mundo.”

O assessor militar da SES (Secretaria Estadual de Saúde), coronel Marcello Fraiha, explica que o procedimento ocorre conforme diretrizes definidas pelo governo federal, por meio do Ministério da Saúde.

“É algo regular, anualmente. É feita a atualização da vacina, com as novas variantes em circulação. Por exemplo, estamos com a [variante] H3N2 Darwin e a vacina que está chegando, a partir da segunda quinzena de março, é com essa atualização.”

Fraiha ressalta que as vacinas antigas não oferecem tanta proteção à variante Darwin e, portanto, devem ser renovadas. “Naturalmente, todos os anos, a gente substitui doses que tenham ainda ficado, porventura, em município, de acordo com a nova atualização, conforme normatização do PNI (Plano Nacional de Imunizações).”

Além disso, há um período de aproximadamente um mês em que os indivíduos poderão receber a vacina antiga e nova. Desta forma, a campanha deve ser finalizada em tempo. “Não pode chegar uma vacina nova, atualizada, e continuar aplicando a antiga. Tem um período  de 30 dias para que se aplique a nova. Por isso, a gente tem que interromper agora a aplicação da antiga, para dar o período de aplicação.

Segundo ele, o Ministério da Saúde encaminha doses adicionais ao público-alvo estimado, e parte da população busca clínicas particulares de vacinação. “Recebemos um quantitativo maior e há uma parcela da população que procurou a vacina na rede privada de saúde. Tivemos também, doações dessas vacinas, a exemplo da Fiems.”

Dados atualizados até esta manhã indicam que quase 80% dos sul-mato-grossenses estimados, receberam a vacina contra a gripe, no Estado, na última campanha.

Descarte - Conforme o Ministério da Saúde, o município é responsável pela aplicação das doses, manutenção do estoque e registro, bem como pelo "o descarte e a destinação final de frascos, seringas e agulhas utilizados, conforme as normas técnicas vigentes".

Os imunobiológicos compostos por microorganismos vivos atenuados, tais como vacinas contra sarampo, poliomielite, febre amarela, tuberculose, influenza, dentre outros, precisam passar por tratamento especial em autoclaves - devem ser submetidas a descaracterização física utilizando durante 15 minutos, à temperatura de 127ºC, estufa por 30 minutos a 120° C, ou qualquer outro processo de inativação de micro-organismos de eficácia comprovada cientificamente.

De acordo com nota técnica nº 002/2011, da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), deve ser feita contratação de uma empresa para realização do tratamento fora do serviço de saúde, desde que esta possua licença ambiental para executar o tratamento. O descarte tem de cumprir normas do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).