O Ministério da Saúde divulgou ontem (27) a pesquisa Vigitel 2012 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) apontando que 51% da população (acima de 18 anos) está acima do peso ideal. Em 2006, o índice era de 43%. Entre os homens, o excesso de peso atinge 54% e entre as mulheres, 48%.
O Mato Grosso do Sul ganhou destaque na pesquisa com Campo Grande. A cidade foi mostrada na pesquisa como a capital com maior percentual de adultos com excesso de peso, 56%, seguida de Porto Alegre e Rio Branco com 54%, Recife e Fortaleza com 53%.
O estudo também revela que a obesidade cresceu no país, atingindo o percentual de 17% da população. Em 2006, quando os dados começaram a ser coletados pelo Ministério, o índice era de 11%
A nutricionista douradense, Renata Coelho, disse ao Dourados News que o fator que mais tem elevado o aumento da população é a busca por alimentos rápidos e práticos.
“É necessário que se tenha o hábito de se preparar o próprio alimento, pois os lanches rápidos, hambúrgueres, embutidos, enlatados, comidas ‘práticas e rápidas’ são as que mais contribuem para o aumento de peso, ainda mais se a pessoa não pratica atividade física”, ressaltou a nutricionista.
Segundo Renata Coelho é preciso que os pais incentivem as crianças desde pequenas oferecendo lanches saudáveis ao invés de industrializados. “Evitar os lanches fritos e guloseimas das cantinas. Às vezes a falta de tempo dificulta o preparo, mas é possível deixar as frutas e verduras lavadas e semi prontas para o consumo na geladeira”.
Para perder peso é preciso gerar mudança no comportamento do indivíduo, disse a nutricionista
Foi isso que fez o estudante de publicidade, João Renato Filgueira, 22 anos, de Ponta Porã. Hoje com 80kg, ele já pesou 115kg, aos 16 anos.
"Fiz dieta por conta e o processo de emagrecimento aconteceu entre os meus 18 e 19 anos", disse. Em 2010 começou a correr – aí que teve o sucesso na perda de peso.
Durante a infância, o jovem apresentou muitos problemas de saúde e não se alimentava, depois fez um tratamento e não parou mais de comer. Sem atividade física na adolescência inteira, acabou ficando obeso.
“Tive que abdicar algumas coisas – bolachinhas, doces – e buscar alimentos saudáveis, como vegetais e integrais, além de muito exercício físico”.
Segundo João Renato, a correria do dia a dia as vezes dificulta a vida saudável, “com a vida corrida, trabalho e faculdade, às vezes não dá tempo, mas eu tento”.
A luta é constante e os benefícios muitos, mudança de vida, autoestima, humor, vida social, sono e maior disposição para executar as tarefas do dia a dia.
João Renato conseguiu perder peso sem acompanhamento nutricional, contudo há casos em que o apoio nutricional e de outros profissionais da área da saúde são fundamentais, “existem pacientes que também precisam de acompanhamento psicológico para tratar ansiedade, depressão, sono e estresse, ou seja, fatores que dificultam a perda de peso”, alega a nutricionista.
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