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Pets e coronavírus: respondemos a todas as suas dúvidas

Animais correm baixo risco de serem infectados, mas algumas medidas de precaução são recomendadas. Entenda

Cachorro é diagnosticado com o novo coronavírus - Greg Baker/AFP Cachorro é diagnosticado com o novo coronavírus - Greg Baker/AFP

A epidemia de Covid-19 causada pelo novo coronavírus já infectou mais de 265 mil pessoas e fez mais de 11 mil vítimas fatais em todo o mundo. A rápida disseminação da doença colocou países inteiros, como a Itália, França e Espanha, de quarentena. E agora ela se espalha por novos territórios, como o Brasil e outros países da América do Sul.

Com isso é normal nos preocuparmos com amigos, familiares e aqueles que, apesar de algumas patas extras, são tão queridos pos nós: nossos animais de estimação. A transmissão e progressão da doença entre humanos é bem conhecida, mas pouco se fala, ou se sabe, sobre como ela se comporta nos pets.

Neste artigo tentamos responder às dúvidas mais comuns sobre o coronavírus em animais de estimação. Mas já podemos adiantar uma notícia: eles provavelmente ficarão bem.

Antes de mais nada, temos que contextualizar alguns termos. “Coronavírus” não se aplica a um vírus só, mas a toda uma família deles. Alguns de seus membros podem infectar animais de estimação: em cães eles podem causar diarreia, e em gatos a Peritonite Infecciosa Felina (PIF).

Entretanto, segundo a Associação Mundial de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais, estes vírus pertencem ao grupo dos alfa-coronavírus, enquanto o vírus causador da Covid-19, chamado Sars-CoV-2, é membro de um grupo diferente: os beta-coronavírus.

Vacinas para animais que protegem contra “coronavírus” não agem no vírus da Covid-19, e podem ser perigosas se aplicadas em humanos.

Não há evidência de que cães e gatos possam adoecer com a Covid-19. Em Hong Kong, testes em dois cães retornaram um resultado “positivo fraco” para o vírus. O primeiro dos animais, um Lulu da Pomerânia de idade avançada (17 anos), morreu sem nunca mostrar sintomas da doença, embora pertencesse a um homem que estava infectado. Seu dono não permitiu que uma autópsia fosse feita, o que deixou a causa da morte em aberto.

O segundo dos animais é um pastor alemão com 2 anos, que também não mostra sintomas da doença e foi colocado em isolamento em uma instalação do governo. Ele compartilha uma gaiola com outro cachorro que não demonstrou sinais de infecção.

Segundo Malik Peiris, Professor de Virologia na Universidade de Hong Kong, ambos os casos podem representar transmissão de humanos para os cães. Entretanto, se infectados, os animais parecem não desenvolver a doença, nem ser capazes de transmití-la a outros animais e pessoas. Mais estudos são necessários.

Segundo a Valley Humane Society em Pleasanton, Califórnia, tanto o Centro de Controle de Doenças (CDC) quando a Associação de Medicina Veterinária dos EUA afirmam que não há evidências de que animais de estimação possam transmitir a Covid-19 para humanos.

A recomendação do CDC é que, por precaução, pessoas doentes se afastem de seus animais de estimação.

“Você deve restringir o contato com animais de estimação e outros animais enquanto estiver doente com a COVID-19, assim como faria com outras pessoas. Embora não tenha havido relatos de animais de estimação ou outros animais adoecendo com a COVID-19, ainda é recomendável que pessoas doentes com a COVID-19 limitem o contato com animais, até que mais informações sejam conhecidas sobre o vírus.”

“Quando possível, peça a outro membro da sua família que cuide dos seus animais enquanto estiver doente. Se você está doente com a COVID-19, evite o contato com seu animal de estimação, incluindo acariciar, aconchegar-se, ser beijado ou lambido e compartilhar alimentos. Se você precisar cuidar do seu animal de estimação ou ficar perto de animais enquanto estiver doente, lave as mãos antes e depois de interagir com os animais e use uma máscara facial.”

Como dissemos, o risco é maior para você do que para ele. Se sua região não estiver sob quarentena absoluta pode sim, desde que tome precauções: evite tocar o rosto, evite aglomerações, lave bem as mãos com água e sabão (ou álcool gel) após retornar para casa. E não custa nada higienizar a guia.

Agora, se o governo local recomendar ficar em casa a não ser em casos de absoluta necessidade (ex: para comprar comida ou remédio), o melhor é respeitar a quarentena. Eu sei, provavelmente será difícil para seu bichinho.

Para que ele possa ir ao banheiro uma opção são tapetes absorventes encontrados em pet shops, embora possa levar um tempinho para ele se acostumar com a ideia. E se possível, tente pensar em brincadeiras ou execícios para que ele possa gastar um pouco de energia e se exercitar. Nem que seja buscar uma bolinha em um canto da sala.

 

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