A vacinação de Indianara Dantas, 25 anos, que hoje trabalha como gerente de saúde em Sonora, cidade a 351 quilômetros de Campo Grande, levantou suspeitas na cidade. Em sua rede social, a técnica em enfermagem postou a foto do momento em que é imunizada, mesmo sem fazer parte do grupo prioritário nesse primeira fase.
Na postagem feita na última terça-feira (19), Indianara diz que a cidade recebeu 224 doses da vacina Coronavac e ressalta a aplicação em duas fases.
“Nessa primeira serão imunizados 112 profissionais da saúde da linha de frente, com um reforço da segunda dose. Estamos aguardando novas doses para que seja imunizada toda população gradativamente. Fica aqui meu agradecimento ao empenho e dedicação dos profissionais que deixam seus lares para salvar vidas. Vocês merecem essa vitória”, escreveu Indianara.
No entanto, o que causou a dúvida foram as imagens que acompanham o texto. Em uma delas, a gerente de saúde está recebendo a dose do imunizante, mesmo não atuando na linha de frente no enfrentamento à doença e tendo apenas 25 anos.
O Campo Grande News entrou em contato com a prefeitura de Sonora e com a servidora imunizada, mas não obteve explicações sobre a escolha de Indianara
Vale lembrar que nesta primeira fase os grupos prioritários de vacinação definidos pelo Ministério da Saúde são: idosos acima de 60 anos que vivem em instituições como casas de repouso, indígenas que moram em aldeias em área rural e profissionais de saúde que atuam na linha de frente no enfrentamento à covid-19.
Lista nominal – Nesta sexta-feira (22), a SES (Secretaria Estadual de Saúde) pediu que os prefeitos das 79 cidades de Mato Grosso do Sul enviem lista com nome de todos os vacinados contra covid-19 para evitar os “fura filas”.
Além disso, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), está acompanhando todo o processo de vacinação e inclusive já está investigando o prefeito de Nioaque, Valdir Couto Junior, 37 anos, por ter sido imunizado também na terça-feira.
Nacional – O problema, no entanto não é só em Mato Grosso do Sul. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o Hospital das Clinicas, em São Paulo, foi denunciado pelo secretário de saúde da capital Paulista por ter vacinado funcionários fora dos grupos prioritários.
Com isso, o Ministério Público de SP pediu a lista dos vacinados para verificar se pessoas que não estão na linha de frente da covid-19 -médicos, enfermeiros e demais profissionais - estão sendo imunizados.
Em nota o hospital afirmou que tem aproximadamente 40 mil colaboradores e recebeu 28 mil doses da vacina, que foram aplicadas em 24 mil funcionários e vai verificar se houve “inadequações nos procedimentos de vacinação”, diz o documento enviado à Folha de S. Paulo.
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