Saúde

Superlotação avança e 208 esperam vagas

Na Capital, 4 unidades de pronto atendimentos são preparadas com oxigênio para melhorar atendimento.

Sem vagas em hospitais, pacientes são atendidos em unidades de saúde de Campo Grande. (Foto: Direto das Ruas) Sem vagas em hospitais, pacientes são atendidos em unidades de saúde de Campo Grande. (Foto: Direto das Ruas)

O número de pacientes aguardando transferência para hospitais na Macrorregião de Campo Grande avança assustadoramente de um dia para o outro. Nesta sexta-feira (12), toda a rede pública está superlotada, o preço do baixo índice de isolamento social e irresponsabilidade nas ruas.  Às 17 horas, eram 208 pessoas esperando vagas em leitos adaptados nos postos de saúde dos 34 municípios do entorno e Capital. São pacientes com ou sem o diagnóstico de covid.

Só em Campo Grande, 154 pessoas aguardam transferência, 64 delas em UPAs, das quais 21 já têm confirmado diagnóstico de covid, 4 intubados, casos colocados como prioridade para vagas em UTIs.

Também há 29 pacientes em leitos de CRS (Centros Regionais de Saúde) e 4 estão no Centro Ortopédico, que fica dentro do CEM (Centro de Especialidades Médicas). Na contagem da superlotação entram ainda 8 pessoas com covid esperando em leitos improvisados no Hospital Regional.

Os outros 54 casos são de pessoas que aguardam vaga nas 33 cidades do interior que compõem a Macrorregião.

Superlotados - Além de Hospital Regional, no Hospital Universitário, são 34 pacientes a mais que a capacidade de leitos clínicos.

Na Santa Casa, maior hospital do Estado, na área verde, para pacientes menos graves, estão 28 pacientes internados aguardando liberação de leitos específicos.  No setor também há 6 leitos contratados para quem fica em observação, mas neste momento tem 15 nessa situação.

Já na Área Vermelha, 11 pacientes recebem atendimento em leitos improvisados e a Santa Casa acaba de receber pedido para transferência de  6 pacientes encaminhados "em vaga zero", o que representa extrema gravidade.

Oxigênio  - Como a capacidade de ampliação de leitos reduzida, a prefeitura começou a reforçar a estrutura nas unidades de pronto atendimentos. Está investindo no abastecimento de oxigênio nas quatro principais UPAs da cidade, do Leblon, Coronel Antonino, Moreninhas e Vila Almeida.

UPAs 24 horas recebem geradores de gás comprimido para que pacientes com respiradores ou que necessitem de suporte de oxigênio tenham o atendimento garantido.

As unidades foram escolhidas, segundo a Sesau, por estarem com um maior fluxo de pacientes e pelo aumento de casos confirmados de covid-19 na Capital que soma 1.556 mortes pela doença que já contaminou 78.321 desde o começo da pandemia só em Campo Grande.

Velocidade que assusta - Apesar da ativação de 34 leitos de UTI nesta semana, a rede de saúde não dá conta do avanço da pandemia.

Nesta tarde, 10 leitos de semi-intensivo passaram a funcionar no El Kadri. Hoje o hospital está com 93% de ocupação dos 153 leitos, mas com 100% de lotação nas UTIs. "Essa terceira fase da covid lotou o hospital de forma muita mais rápida, assustou pela velocidade", explica Bruno Capobianco, diretor administrativo do El Kadri.

Outros 10 leitos de terapia intensiva (UTI) serão ativados hoje no Hospital Adventista do Pênfigo. O prefeito Marquinhos Trad diz que a prefeitura tem tomado medidas para conter a proliferação da doença, mas a população precisa entender que é hora de respeitar as regras. “Temos trabalhado para ampliar a capacidade de atendimento e também estamos pedindo a todos que sigam as regras de medidas restritivas, tão necessárias neste momento”.

Superlotação - Ainda ontem o coordenador de urgência e emergência da Sesau, Yama Higa, disse ao Campo Grande News, que há 15 dias essa fila de espera nos postos de saúde não existia e que todos que precisavam de vagas em hospital conseguiam. "O normal é não ter nenhum paciente esperando transferência para hospital", comentou hoje, sem repassar números.

Durante coletiva de imprensa no Ministério Público Estadual nesta quinta-feira (11), o prefeito Marquinhos Trad (PSD) afirmou que dos 317 leitos de disponíveis na Capital, apenas 16 estariam vagos.

Hoje no entanto, mais cinco leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) foram ativados nesta quinta na Santa Casa, somados aos doze leitos na Clinica Campo Grande, outros dez no Hospital do Pênfigo e mais sete semicríticos no Hospital de Câncer Alfredo Abrão, foram 34 leitos ampliados nesta semana.

Mesmo assim, o número não foi suficiente para zerar as filas dos pacientes a espera de vaga em hospitais na regulação da Capital.  Outros 30 leitos de retaguarda no hospital São Julião estão em fase de tratativas para serem ativados.

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