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As férias chegaram, as malas estão prontas e a família está na contagem regressiva para viajar e aproveitar o verão. Mas, para quem sofre de cinetose esta alegria pode durar pouco tempo.Conhecida também como o "mal do movimento", a doença é uma disfunção do sistema vestibular (conjunto de órgãos do ouvido e cérebro responsável pela manutenção do equilíbrio), que se manifesta quando o corpo está parado e o entorno está em movimento ou o inverso, como em viagens de carro, ônibus, barco ou avião. O conflito de informações entre o labirinto, que sente o movimento, e a visão, que acredita que o corpo está inerte, causa náuseas, vômitos, sudorese, palidez e desconforto físico.
Para amenizar o mal-estar durante as viagens, o otorrinolaringologista Eduardo Bogaz, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, explica que os sintomas da cinetose aparecem ainda na primeira década de vida. Além do mal-estar sentido durante as viagens, é comum a criança ter vertigem paroxística da infância (crise rápida de vertigem que acomete crianças saudáveis) e enxaqueca, como distúrbios associados.
— Se não tratada, a disfunção do sistema vestibular pode acompanhar a pessoa por toda a vida.
Apesar da alta incidência de casos, o médico alerta que a doença é raramente tratada. Segundo ele, “o mais comum é, ao longo da vida, a pessoa se acostumar com a condição e se adaptar”.
— A reabilitação vestibular é feita por meio do treinamento com realidade virtual e conta com o acompanhamento de um fonoaudiólogo. Porém, infelizmente, ainda são poucos os pacientes que recebem o diagnóstico e procuram pelo tratamento.
Entre as medidas preventivas, o especialista recomenda a ingestão de medicamento antiemético (para prevenir a tontura e a náusea) antes da viagem, evitar olhar objetos ou situações em movimento, como a paisagem na estrada, e ventilar o local, abrindo as janelas do carro.
— Essas ações auxiliam a prevenir a crise, mas não tratam o problema. O labirinto de quem tem este tipo de disfunção do sistema vestibular é mais sensível e, dependendo dos hábitos de vida e condições de saúde da pessoa, pode vir a desenvolver alguma labirintopatia no futuro, como a labirintite.
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