Saúde

'Vitória da ciência e grande esperança', diz primeiro médico vacinado em MS

Médico foi imunizado ao lado de idosa do Asilo São João Bosco e de indígena da Aldeia Tererá, em Sidrolândia

Márcio ao ser vacinado; ele foi o terceiro de MS a receber a dose (Foto: Silas Lima) Márcio ao ser vacinado; ele foi o terceiro de MS a receber a dose (Foto: Silas Lima)

Márcio Estevão Midom, 43 anos. Médico formado há 15 anos pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e responsável por tentar - as vezes com êxito, outras não - salvar a vida de diversos pacientes durante esses anos. Agora, na pandemia de covid-19, foi o responsável por centenas no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul).

Márcio não apenas o primeiro médico, mas também o primeiro profissional de saúde pública que está na linha de frente da covid a ser imunizado contra a doença que vem atordoando a vida de toda população mundial desde 31 de dezembro de 2019.

"É uma vitória da ciência, uma grande esperança e felicidade", revela o médico, um dos três primeiros habitantes do solo sul-mato-grossense a receber a vacina - além dele, também foram imunizados hoje a indígena sidrolandense Domingas da Silva, de 92 anos, e a idosa Maria Bezerra de Carvalho, de 83 anos e moradora do Asilo São João Bosco.

No momento, Midom conta que o sentimento dele é um misto de ansiedade, expectativa e muita alegre e felicidade diante da chegada da vacina, que traz esperança a todos em trazer de volta a normalidade e queda das mortes na pandemia.

"Vivemos muito sofrimento, angústia. A gente se coloca no lugar do paciente, dos familiares para ajudar da melhor forma possível. O principal agora é incentivar as pessoas a se imunizarem e salvar vidas", comenta o médico.

Estevão ainda diz que representar a classe da saúde pública é uma oportunidade única, devido sua importância histórica e simbolismo. "Agora a expectativa é que essa vacina possa reduzir o número de internações e pacientes graves, além das mortes".

Dedicação - Rosana Leite de Melo, diretora-presidente do Hospital Regional, não poupa elogios ao profissionalismo mostrado por Márcio durante a pandemia. "Ele é uma pessoa ímpar e muito envolvido. Excelente clínico, atendeu mais de 100 pacientes graves, então representa o quanto o profissional de saúde é importante e honra o juramento".

A diretora também revela que o sentimento no momento com o início das aplicações da vacina é de alegria e esperança. "Pode não curar a doença e impedir que você a tenha, mas vai impedir que você fique grave e vá para uma UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e corra risco de morte. Isso é muito importante", frisa, completando em seguida.

"A gente tem a consciência de que não teremos doses necessárias nesse momento, mas temos esperança de que eles serão produzidas e ainda no primeiro semestre os 3 mil trabalhadores estejam vacinados", conclui Rosana, que também é médica.

Comentários