Um novo estudo global lança luz sobre o impacto da poluição na diversidade das plantas aquáticas e nos ambientes de água doce de forma geral.
A fotossíntese em muitas plantas aquáticas depende de bicarbonato (HCO3−) além de dióxido de carbono (CO2). O estudo investiga a ligação entre os dois e seu impacto na distribuição das plantas.
“As mudanças antropogênicas estão afetando as concentrações de bicarbonato e de CO2, e isso pode alterar a composição das espécies das comunidades de plantas de água doce”, diz o coautor do estudo, Ole Vestergaard, especialista em ecossistemas marinhos e de água doce do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
As concentrações de bicarbonato e CO2 variam muito com a geologia da bacia hidrográfica.
O estudo, publicado pela revista científica Science, intitulado “Propriedades de captação e composição fotossintética das comunidades de plantas de água doce”, dá informações sobre a distribuição de plantas de água doce em resposta à química da água e aos impactos humanos.
Comentando a importância desta pesquisa, um artigo também publicado na Science intitulado “Reunindo biogeoquímica com ecologia e evolução”, diz sobre a pesquisa: “o trabalho constitui um avanço por pelo menos três razões. Ele abre caminho para estudos futuros dos impactos das mudanças globais na biodiversidade de ambientes de água doce e no funcionamento de seu ecossistema”.
“O estudo destaca a necessidade de desenvolver modelos para a dinâmica do carbono inorgânico dissolvido em água doce que vão além do foco principal nas emissões de CO2 para a atmosfera. Constitui um exemplo poderoso de ecologia integrativa em escalas espaciais e temporais e em diversos campos do conhecimento”.
O que impulsiona essas mudanças é a atividade humana e a poluição a ela associada. “Alterações antropogênicas como consequência do desmatamento, uso da terra, aplicação de fertilizantes com nitrato e redução da deposição de ácido atmosférico estão causando aumentos em larga escala nas concentrações de bicarbonato”, diz o estudo.
Uma das conclusões do estudo é que concentrações mais altas de bicarbonato mudarão acentuadamente a composição das espécies, permitindo que usuários de bicarbonato maiores e de crescimento rápido colonizem e inibam espécies menores adaptadas apenas ao uso de CO2.
Vestergaard diz que a pesquisa “captura o esforço coletivo de uma equipe global de pesquisadores nas últimas duas décadas”.
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